Morre aos 80 anos, Washington Xavier de Assis, um boêmio apaixonado pelo Rio São Francisco

Morreu neste domingo (4) Washigton Xavier de Assis, conhecido por ‘Carica’, aos 80 anos. Ele era proprietário do Bar do Washington, Tann"s, ponto de encontro obrigatório na Orla de Petrolina, nos finais de semana, principalmente para quem gosta de falar sobre futebol e política, assuntos preferidos.

Fala-se que muitas alianças das eleições municipais e intrigas foram lançadas neste bar que além de reduto da boemia tinha a referencia da discrição. Natural do Rio de Janeiro, o carioca Washington  Xavier de Assis recebeu o apelido ‘Carica’. Mas seu coração sertanejo e olhar, trabalho era nas margens do Rio São Francisco.

Um dos pratos preferidos era referencia, tanto da esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, amava , quanto da direita, Antonio Carlos Magalhães, adorava e estes solicitavam quando por aqui estaval: paçoca. Prato referência.

Jogador de futebol profissional, "Uostron", era um autêntico boemio e proseador. As últimas homenagens pode ser prestada no velório às 14h, realizado no SAF, na Avenida Sete de setembro, no bairro José e Maria. O sepultamento será  neste domingo, às 16 horas.

O jornalista Ney Vital, da redação da REDEGN viveu muitas madrugadas ouvindo as histórias contadas pelo centroavante,  autêntico camisa 9,  que hoje foi vencido na passagem pela terra e inícia uma nova jornada.

Aqui deixamos uma das prosas:

"Gustavo Krause Gonçalves Sobrinho nasceu em 1947. Foi prefeito do Recife, vice-governador e governador de Pernambuco , vereador pelo Recife e deputado federal. Em 1992, assumiu o Ministério da Fazenda no governo Itamar e, em 1995, tornou-se ministro do Meio Ambiente, no governo FHC.

Culto, ilustrado e, sobretudo bem humorado é personagem obrigatória nos desfiles do maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada. É torcedor fanático do Náutico.

Na década dos 70 do século passado lançou o que seria o segundo mais famoso “Dez Mandamentos” do mundo. O dos boêmios:

1º - O boêmio ama a noite sobre todas as coisas;
2º - O boêmio ama o próximo mais do que a si próprio;
3º - Para o boêmio, a mulher do próximo é a mais distante;
4º - O boêmio não briga
5º - O boêmio transforma suas ex-namoradas em grandes e solidárias amigas;
6º - O boêmio vive como gosta;
7º - O boêmio está sempre duro. Deixa pendurada mas paga a conta para não perder o crédito
8º - O boêmio não se embriaga. Tira mais da bebida do que a bebida do boêmio;
9º - O boêmio bebe por prazer e come por obrigação;
10º -O boêmio é versado em muitos assuntos, mas não consegue falar sobre a vida alheia.

Sempre irreverente, Gustavo Krause, lidera a fundação da Academia Pernambucana da Boemia com direito a fardão, brasão e até altar onde serão reverenciados Noel Rosa, Humberto Teixeira, Vinícius de Moraes e Antonio Maria.

Os trinta integrantes da Academia foram escolhidos arbitrariamente pela panelinha que teve a idéia de criá-la, como prevê seu estatuto.

Fazem parte desse núcleo duro, além de Krause, Rogério Robalinho, Rubem Valença, Marta Lima e Waldemar Borges. Dentre os fundadores destaca-se o ex-governador de Pernambuco e candidato ao senado, Jarbas Vasconcelos.

Nem a morte escapa do humor dos "boêmicos", um misto de boêmios com acadêmicos.

Como em qualquer outra academia sua formação só será alterada com a morte de um dos “mortais”. Sim porque os boêmicos são mortais.

Quando, e se, morrerem por amor à vida ou cirrose hepática, serão cremados, suas cinzas jogadas no Rio Capibaribe, mausoléu da APB, e, em sessão festiva, declarados imortais.

Já que mortais, longa vida aos bôemios!

Redação redeGN Foto Arquivo