Ex-governador do Rio de Janeiro diz que foi perseguido por mandar investigar assassinato de Marielle

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quarta-feira (16), o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) alegou que a sua relação com o clã Bolsonaro, de quem era aliado em 2018, começou a ruir após ele cobrar a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Ele acredita que o processo de impeachment que resultou na sua saída do governo foi motivada por sua vontade de solucionar o caso.

"Isso tudo aconteceu porque eu mandei investigar imparcialmente o caso Marielle", afirmou o ex-governador, citando uma live de Jair Bolsonaro no mesmo dia em que se manifestou publicamente sobre o caso.

SINAL: Segundo Witzel, ele estranhou quando o então ministro da Justiça, Sergio Moro, evitou tocar em seu nome durante discurso em um evento. Durante uma conversa, o ex-juiz informou que iria "pedir de volta os delegados a pedido do Governo Federal" e que era para parar de se colocar como candidato à presidência em 2022, o que estava incomodando Bolsonaro.

Witzel diz que respondeu a Moro que ele estava "indo para um caminho equivocado", e que se tinha o desejo futuro de se tornar ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), precisava adotar uma postura "imparcial".

"Eu disse a ele que estava indo para um caminho equivocado. Se você quer ser ministro do Supremo, não precisa fazer isso, tem que procurar convencer os senadores que se o presidente vai te indicar, tem que ter condições de ser independente, é o que se espera do magistrado. Mas, esse tipo de coisa, de menino de recado, não é o seu papel", justificou.

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