Escassez de doses de vacina contra Covid é um desafio para autoridades municipais da Saúde

Desde o início dos planos de vacinação ocorrida em Juazeiro e Petrolina, leitores e ouvintes de rádio questionam as secretarias de saúde sobre a ampliação de planos e novas etapas de pessoas que receberão a vacina contra a Covid-19.

A expectativa cresce em todos os municípios brasileiros. O Brasil conta hoje com menos de um terço das doses de vacina necessárias para imunizar o grupo um de prioritários da Covid.

O Jornal Nacional da TV Globo mostrou que de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, até o momento, 685 mil brasileiros foram vacinados contra a Covid em 15 estados e no Distrito Federal. Os demais estados não divulgaram os dados. Mas o grupo de pessoas consideradas prioritárias para receber a vacina passa de 77 milhões. Só no grupo de idosos acima de 75 anos, profissionais de saúde, idosos que moram em asilo, indígenas e comunidades ribeirinhas são quase 15 milhões de pessoas. Como cada um precisa receber duas doses, a necessidade para o grupo um é de 30 milhões de doses.

Por enquanto, o governo federal só tem a disposição pouco mais de 12 milhões de doses das vacinas: 10,2 milhões doses da CoronaVac (parte comprada da China e parte sendo fabricada pelo Butantan para serem distribuídas esta semana) e 2 milhões de doses da AstraZeneca, compradas da Índia.

As doses da CoronaVac foram distribuídas no início da semana passada. As da AstraZeneca chegaram na sexta (22) ao Brasil e já começaram a ser entregues aos estados.

O ministério dividiu as doses de acordo com a população de cada estado. Só o Amazonas – por causa do colapso no sistema de saúde - recebeu uma quantidade maior proporcionalmente: 132 mil e quinhentas doses.

A região Norte recebeu 221,5 mil doses; o Nordeste, 462,5 mil; o Centro-Oeste, 153 mil doses; o Sudeste, quase 912,9 mil doses; e a região Sul, 250 mil doses.

Algumas cidades já começaram a aplicar a vacina da Oxford/ AstraZeneca. 

Mas em nenhum estado o número é suficiente para atender o grupo prioritário. Diante de um número insuficiente de doses, especialistas dizem que os municípios precisam atuar com critério, transparência e redobrar a fiscalização para evitar, como a gente viu na semana passada, pessoas fora dos grupos prioritários furando a fila.

O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde ressalta a importância do cadastro de vacinados e que a fila esteja de acordo com o Plano Nacional de Imunização, dando prioridade para os profissionais de saúde.

“Nós temos é que cumprir aquilo que foi pactuado, foi acordado, e de uma forma muito transparente fazer a utilização o mais rápido possível, alimentando esse sistema de informação. E à medida que novas remessas de vacina forem entregues, nós vamos cumprir todo o calendário que foi pactuado com todos os municípios e estados. Acho que o dirigente neste momento é o primeiro a dar exemplo, e dar total transparência a essas questões. Nós não podemos fugir disso porque se não vai cair em descrédito e ai todo mundo vai se achar no direito de passar na frente”, afirma Mauro Junqueira, secretário-executivo do Conasems.

Redação redeGN com informações JN Foto Gov SP