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Oficina da Meta 1 do Parque Fluvial discute acessibilidade em passeio de barco pelo Rio São Francisco

Nesta sexta-feira (15), cerca de 80 pessoas, muitos idosos e pessoas com deficiência, tiveram a oportunidade de conhecer a obra do Parque Fluvial navegando pelo Rio São Francisco. A comunidade foi convidada pela Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Obras e Desenvolvimento Urbano (SEDUR), a participar de mais uma oficina da Meta 1 do Parque Fluvial para discutir o projeto de acessibilidade e mobilidade do equipamento e apresentar suas sugestões.

A oficina 'Ação para conscientização de acessibilidade e mobilidade física' foi coordenada pela Projesol, empresa contratada pela Prefeitura, através de processo licitatório, para desenvolver as atividades da Meta 1, que prevê uma série de ações sociais realizadas paralelamente a execução da obra...

Rio São Francisco: Barragem Sobradinho apresenta 39% de armazenamento do seu volume útil

A Agência Nacional de Águas (ANA) discutiu na segunda-feira (11 de março) questões relevantes para a operação dos reservatórios de água do Velho Chico, mas o problema mais recente e preocupante em relação ao Rio Paraopeba, afluente do São Francisco, ficou de fora. Durante as duas últimas reuniões, o problema originado em Brumadinho foi debatido pelos participantes, dentre os quais, usuários diversos, a exemplo do poder público, irrigantes, Ministério Público Federal, governos estaduais, Marinha, entre outros.

Durante a videoconferência transmitida para os estados banhados pelo chamado rio da integração nacional, também foi discutida a implementação da resolução elaborada no ano de 2018 em conjunto com os diversos usuários das águas do São Francisco, através da qual foi estabelecida nova vazão mínima para o rio. De acordo com o documento, a defluência mínima no Baixo São Francisco, por exemplo, não deve ficar abaixo dos 700 metros cúbicos por segundo (m³/s). Mas, pelo fato de o rio iniciar o período seco a partir do próximo mês, alguns segmentos defendem a redução desse patamar...

Monitoramento da qualidade de água ao longo do Rio Paraopeba, Afluente do Rio São Francisco será ampliado

O Governo de Minas ampliou o monitoramento da qualidade da água ao longo do Rio Paraopeba. A informação foi divulgada pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), que informou que o controle vai ser feito em áreas mais próximas ao Rio São Francisco. Além dos 11 pontos já em operação, mais quatro estações de amostragem foram instaladas. O trabalho esta sendo feito desde o dia seguinte ao desastre na Mina Córrego de Feijão, em 25 de janeiro.

Somados com os quatro novos pontos, já chegam a 24 os locais de monitoramento ao longo do Paraopeba, que continua com a utilização de água bruta proibida no trecho à montante até a cidade de Pompéu, na região Central de Minas. De acordo com o instituto, três das novas estações de amostragem foram instaladas dentro do reservatório da Usina Hidrelétrica (UTE) de Três Marias, assim localizadas: em Felixlândia, Abaeté e Três Marias. ..

São Bento do Una é o 5º município a receber água da Transposição do rio São Francisco pela Adutora do Agreste/Moxotó

Arcoverde, Pesqueira, Belo Jardim e Sanharó já estão sendo atendidas por este sistema

Um dia após a chegada em Sanharó, as águas do rio São Francisco começam a abastecer a população de São Bento do Una, que fica a 206 quilômetros da capital pernambucana. Ainda em fase de testes, os bairros Rua Nova, Menino Jesus de Praga, Balança e Agra foram os primeiros beneficiados e a expectativa é de que o primeiro ciclo de abastecimento seja concluído até o próximo dia 19. A iniciativa faz parte do projeto hídrico do Governo Paulo Câmara para ampliar a oferta de água em cidades do Agreste, onde há maior carência de recursos hídricos...

OPINIÃO: O QUE VOCÊ VAI FAZER QUANDO O RIO SÃO FRANCISCO MORRER?

Não é de hoje que o Rio São Francisco vem sendo assassinado. Aos poucos, torturado pelo desmatamento das margens, poluição com esgoto e agrotóxicos e a sangria crescente de suas águas como se fosse um recurso infinito.

Com o tempo ele vem se desgastando, recuando de suas margens antigas, secando aos poucos, condenado a morrer algum dia como um pequeno regato temporário como tantos da caatinga, ele que foi um colosso d’água que deu vida em todo seu percurso desde Minas Gerais até sua foz no Oceano Atlântico...

Vale terá de apresentar relatório sobre Brumadinho até 4 de abril

A mineradora Vale, responsável pela barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, a 57 quilômetros de Belo Horizonte (MG), tem até 4 de abril para apresentar em juízo um relatório parcial sobre os repasses de pagamentos para os atingidos pela tragédia, causada pelo rompimento em 25 de janeiro. Mas, antes, terá de apresentar informações detalhadas sobre pedidos de urgência e abastecimento da região.

A ordem foi definida durante audiência de conciliação na 6ª Vara da Fazenda Estadual de Belo Horizonte há cinco dias. No próximo dia 4 haverá outra audiência de conciliação, às 14h As informações são do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No último dia 7, a audiência contou com a participação de representantes do MPMG, Ministério Público Federal, das defensorias públicas da União e do Estado, da Advocacia-Geral do Estado e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além dos representantes da mineradora...

Vereador solicita criar Comissão Especial para visitar Brumadinho e saber reais riscos para o Rio São Francisco

O vereador Gabriel Menezes usou a tribuna da Câmara de Vereadores de Petrolina e solicitou a instalação de uma Comissão Especial para visitar o município de Brumadinho, Minas Gerais. O objetivo de acordo com o vereador "é fazer um levantamento da atual situação e saber se de fato o Rio São Francisco corre risco com os rejeitos oriundos do rompimento da barragem empresa Vale ocorrido em Janeiro e que pode afetar toda a comunidade do Vale do São Francisco, caso esse lixo de venenos atinga as aguas do Velho Chico".

No mês passado este Blog Geraldo José denunciou que as membranas de contenção da lama de rejeitos oriundas do rompimento da barragem da empresa Vale, em Brumadinho, que atingiu mortalmente o leito do Rio Paraopeba, em Minas Gerais, ainda não mostraram sua eficácia conforme a expectativa dos órgãos ambientais. Os equipamentos, instalados pela mineradora Vale, que deveriam, pelo menos, reduzir a velocidade de deslocamento da pluma de rejeitos e realizar sua filtragem, ocasionaram, inclusive, mortandade de peixes na região. ..

ANA e Ibama vencem ação judicial que mantém redução da vazão do rio São Francisco

Por decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), estão mantidas as resoluções e autorizações especiais concedidas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para reduzir a vazão mínima defluente do reservatório da usina hidrelétrica de Xingó (AL/SE), na calha do rio São Francisco, de 1.300 para 900 m³/s. A decisão judicial foi tomada em julgamento na semana passada.

A ação civil pública foi ajuizada pelas colônias de pescadores de seis municípios sergipanos – Neópolis, Propriá, Gararu, Amparo do São Francisco, Ilha das Flores e Pacatuba – com a finalidade de anular as resoluções e autorizações especiais emitidas pela ANA e pelo Ibama para redução da vazão de água liberada pelo reservatório de Xingó...

Barreiras de contenção colocadas no Rio Paraopeba não mostram eficácia; ameaça ao Rio São Francisco aumenta

As membranas de contenção da lama de rejeitos oriunda do rompimento da barragem da empresa Vale, em Brumadinho, que atingiu mortalmente o leito do Rio Paraopeba, em Minas Gerais, ainda não mostraram sua eficácia conforme a expectativa dos órgãos ambientais. Os equipamentos, instalados pela mineradora Vale, que deveriam, pelo menos, reduzir a velocidade de deslocamento da pluma de rejeitos e realizar sua filtragem, ocasionaram, inclusive, mortandade de peixes ainda sobreviventes na região. 

A revelação foi feita durante reunião promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), dia 25,  em Brasília (DF), e transmitida por videoconferência para os estados banhados pelo Rio São Francisco. Participante da reunião representando o grupo de procuradores federais que atuam na bacia hidrográfica do rio São Francisco, o procurador da República Antonio Arthur Barros Mendes estranhou que fique a critério da empresa responsável pelo rompimento da barragem a escolha da tecnologia para contenção e filtragem da lama de rejeitos que avança no Paraopeba, sugerindo a necessidade de uma atitude mais proativa do poder público nessa questão...

Sebrae realiza Seminário sobre inovação em Santa Maria da Boa Vista

Ampliar os conhecimentos e utilizar ferramentas mais criativas para gerar mais resultados pessoais e profissionais é essencial para empreendedores.  Por isso, a Unidade do Sebrae no Sertão do São Francisco, em parceria com a CDL e a Prefeitura Municipal de Santa Maria da Boa Vista, está com inscrições abertas para o Seminário Negócios de Futuro, que será realizado neste dia 26 de fevereiro, a partir das 19h, no Fórum Municipal.

O Seminário é gratuito, e contará com a palestra “Eu inovei! Uma história de Uaus  a ser contada por você!”, ministrada por Denilson Shikako. CEO da Fábrica de Criatividade, Shikako é, além de empresário: músico, cientista, graduado em computação pela Universidade Makenzie e em música. O palestrante é especialista em neurociência e criatividade, sócio de startups de tecnologia e fundador da ONG Projeto Vida Nova...

Juazeiro: Manifestantes lembram um mês do crime ambiental de Brumadinho e pedem providências em defesa do rio São Francisco

Nesta segunda-feira (25) completou um mês do rompimento da barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Centenas de pessoas em Juazeiro participaram de ma mobilização onde foi prestada solidariedade às vítimas da tragédia. O ato público também ocorreou em diversas capitais e cidades do país.

Em Juazeiro, a concentração foi na Praça Dedé Caxias (localizada na Avenida Adolfo Viana, esquina com a Rua Oscar Ribeiro). A preocupação que a lama da barragem, que contém metais pesados, chegue ao Rio São Francisco, tem mobilizado a população dos municípios de Juazeiro e Petrolina (PE). Passado um mês da tragédia causada pelo rompimento da Barragem 1 da Vale em Brumadinho (MG), os trabalhos de buscas tentam localizar 134 desaparecidos. O número de mortos chega a 179...

Artigo - E se houvesse um acidente nuclear em uma usina instalada no Rio São Francisco?

O acidente mais grave que pode ocorrer em uma usina nuclear é a liberação de material radioativo para o ar-terra-água. Nunca uma usina poderá explodir tal qual uma bomba atômica. Por uma razão simples. O combustível usado na usina tem uma concentração do material físsil bem inferior do que a usada em uma bomba nuclear. Ou seja, o urânio que se presta a fissão nuclear (reação química com quebra do núcleo de um átomo com a liberação de grande quantidade de energia) no reator  de uma usina, o urânio 235, tem uma concentração em torno de 3 a 5%. Enquanto para aplicações militares ultrapassa 85%.

Assim é errôneo pensar, e comparar uma usina para produzir energia elétrica como uma bomba nuclear. Portanto uma bomba nuclear e um reator nuclear são coisas diferentes. Todavia acidentes existem nas usinas, e são classificados em uma escala introduzida pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) no ano de 1990. A Escala Internacional de Acidentes Nucleares e Radiológicos (INES – International Nuclear Event Scale) estabelece uma escala de gravidade de incidentes e acidentes nucleares, facilitando assim a compreensão e as medidas para enfrentar o evento. Ao todo são 7 níveis, sendo os 3 primeiros de incidentes e os 4 subsequentes acidentes. O acidente mais grave ou superior (nível 7) consiste no vazamento em larga escala, para fora da  usina, de material radioativo, com efeitos amplos sobre a saúde da população e do meio ambiente. Sendo reconhecido nos níveis 6 e 7 os acidentes de Chernobyl, na Ucrânia (1976), o de Three Mile Island na Pensilvânia-USA (1979), e o de Fukushima no Japão (2011)...

Fórum Permanente de Defesa do Rio São Francisco reúne dezenas de entidades e sociedade civil

O crime ambiental cometido pela empresa Vale, na cidade de Brumadinho, que levou ao rompimento da barragem do Córrego do Feijão, provocando a morte e o desaparecimento de mais de 300 pessoas, entre trabalhadores e agricultores, mobilizou e sensibilizou dezenas de instituições e a sociedade civil do Vale do São Francisco. Na verdade, esse foi o estopim de um problema que só cresce: os vários outros crimes e o descaso com a bacia do São Francisco, um dos maiores mananciais de água do país, que atravessa vários estados respondendo pela vida e pela economia de milhões de pessoas.

Essas foram as razões para a criação do Fórum Permanente de Defesa do Rio São Francisco, movimento que já reúne mais de 20 instituições entre universidades, movimentos sociais, organizações populares, poder público e institutos de pesquisa - como pode ser visto na lista abaixo - com o objetivo de manter uma vigilância permanente sobre um dos maiores reservatórios de vida do mundo. Como uma das primeiras ações, o Fórum convoca toda a sociedade para ir às ruas nesta segunda-feira, dia 25 de fevereiro e juntar-se ao grande protesto nacional em defesa do Rio São Francisco e em solidariedade às vítimas de Brumadinho...

Cidade de Belo Jardim tem primeiro ciclo de abastecimento com água do rio São Francisco

Os moradores do município  de Belo Jardim, no Agreste pernambucano, comemoraram na sexta-feira (22)  o primeiro ciclo de distribuição de água do Rio São Francisco, sem interrupção, por meio do  sistema integrado de abastecimento  da Adutora do Agreste-Moxotó. Desde o início dos testes, o governador Paulo Câmara  tem acompanhado  sistematicamente o andamento dos trabalhos dos  técnicos da Companhia Pernambucana de Saneamento- Compesa entre as cidades de Pesqueira e Belo Jardim. "O governador solicitou o trabalho  em tempo integral, nos últimos 30 dias, para agilizar a chegada da água em Belo Jardim", ressalta o presidente da Compesa, Roberto Tavares. 

Desde o fim de semana, não houve qualquer registro de vazamentos na adutora, que são intercorrências normais durante os testes operacionais de um novo sistema de abastecimento,  garantindo a distribuição de água para todos os bairros da cidade. Belo Jardim é a terceira cidade do Agreste a receber água da Transposição pela Adutora do Agreste. Arcoverde e Pesqueira já estão sendo abastecidas pelas águas do Velho Chico...

Ministro afirma que estão sendo adotadas medidas para evitar a contaminação das águas do rio São Francisco

A pluma de rejeitos oriunda do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) não deve chegar ao rio São Francisco. Essa é a estimativa do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, feita durante audiência pública promovida pela Comissão Externa Desastre de Brumadinho (CEXBRUMA), da Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (21 de fevereiro).

O vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), José Maciel Oliveira, acompanhou o evento a convite do deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), relator da CEXBRUMA, e na companhia do deputado estadual Lucas Ramos (PSB-PE), que integra a Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE)...

"A gente não pode afirmar que não haverá contaminação do Rio São Francisco", avalia Ministro do Desenvolvimento Regional

Desde o início do crime ambiental ocorrido em Brumadinho, Minas Gerais, este Blog Geraldo José, tem destacado, inclusive foi um dos primeiros a ouvir o especialista e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Almacks Luiz Silva, sobre a possibildiade da lama tóxica atingir o rio São Francisco.

Nesta quinta-feira 21, oficialmente o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, disse que a operação da Usina Hidrelétrica de Três Marias pode ser alterada para evitar que os rejeitos da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, alcancem o Rio São Francisco...

Secretário Jadson Barros participa de reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre

O titular da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (SEMAURB), Jadson Barros, participou na quarta-feira (20), da 23ª Reunião Plenária Extraordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre – CBHS, que aconteceu na sede do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), localizada em Juazeiro.

Durante a reunião foram discutidos temas como: conflitos pelo uso da água, definição de critérios para utilização da mesma e a elaboração de um documento que normatize esse uso, no Baixo Salitre. De acordo com o secretário Jadson Barros que participou da reunião representando o Poder Público Municipal, o momento de diálogo deu origem a Deliberação CBHS Nº 01que estabelece procedimentos e critérios para o uso de água e área de plantio agrícola da região de baixo curso da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre.  ..

Ato em solidariedade às vítimas da Vale Brumadinho e em defesa do Rio São Francisco acontecerá em Juazeiro 

Na próxima segunda-feira, 25 de fevereiro, faz um mês do rompimento da barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Como forma de prestar solidariedade às vítimas do crime ambiental e humano cometido pela maior produtora e exportada de minério de ferro do mundo, a Vale, diversos atos e manifestações serão realizados nesta data em capitais e cidades do Brasil.

No Vale do São Francisco, o ato será em Juazeiro, com concentração na Praça Dedé Caxias (localizada na Avenida Adolfo Viana na esquina com a Rua Oscar Ribeiro), a partir das 8h. Os/as manifestantes seguirão em caminhada até o Vaporzinho, na Orla II de Juazeiro, onde o ato será encerrado com um momento inter-religioso. A programação do ato também contará com apresentações culturais. O músico Fatel e a banda P1 Rappers confirmaram presença no evento...

Lama mata os peixes do Paraopeba e os pesquisadores ainda não se arriscam dizer que os rejeitos vão chegar ao Rio São Francisco

Em um dos locais mais simbólicos da tragédia de Brumadinho - onde o pontilhão da ferrovia sobre o Córrego do Feijão foi rompido ao meio pela força da onda de lama de rejeitos da Vale e o que restou é uma terra arrasada que mais lembra um cenário de guerra -, os passarinhos ainda cantam. Ali já não existem mais peixes. Nas bordas tampouco se sentem os insetos. Mas quatro, cinco, meia dúzia de espécies de aves - encarapitadas na mata que testemunhou o desastre - ainda cantarolam como se a natureza não tivesse sido alterada.

O cenário foi observado pela reportagem neste e em outros pontos ao longo do curso do Rio Paraopeba de quinta-feira a domingo. Pode ser apenas uma questão de tempo, porém, para que tudo ali silencie. Foi assim há cerca de três anos na Bacia do Rio Doce, atingida pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana. A morte do rio é a consequência imediata do desastre ambiental. Algum tempo depois, outros bichos vão desaparecendo ou migrando para outras regiões...

Especialistas apontam que é preciso um alerta permanente para impossibilitar poluição do Rio São Francisco

O perigo é iminente.Com a evolução da lama de rejeitos que invadiu o rio Paraopeba, a bacia hidrográfica do rio São Francisco entrou em alerta. E não é para menos. São quase 200 km do Paraopeba que estão contaminados com a queda da barragem Mina Córrego do Feijão, o que impossibilita o uso da água que está indo em direção ao São Francisco.

Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF, cuja bacia é responsável por abastecer 70% da região nordeste do Brasil, preocupa-se com as águas que vão chegar no lago de Três Marias, local onde o rio Paraopeba deságua no São Francisco. “Um desastre como esse, que comprometeu um rio de grandes dimensões e da importância que é o Paraopeba, afeta todo mundo. Nós estamos preocupados porque há outras barragens que, se desmoronarem, poderão atingir o São Francisco com muito mais gravidade e não podemos correr esse risco”, alerta o presidente...