Os dados da violência doméstica contra as mulheres são cada vez mais alarmantes. De acordo com estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2002, a taxa de mulheres que foram agredidas por seus parceiros em algum momento da vida varia entre 10% e 52%, o levantamento foi feito em 10 países.
Já o Relógio da Violência, do Instituto Maria da Penha, aponta que a cada 7.2 segundos uma mulher é vítima de violência física no Brasil. O pior de tudo é que, na maioria dos casos, as agressões acontecem no próprio âmbito familiar, causadas pelos próprios maridos ou companheiros das vítimas. Em muitas vezes, parentes, familiares e até vizinhos têm ciência dos ocorridos, porém, não fazem nada para combater tal violência, afinal, “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”.
Talvez esse pensamento de que “a roupa suja deva ser lavada em casa” sirva para explicar os dados apresentados pelo Mapa da Violência 2012: Homicídios de Mulheres no Brasil (Cebela/Flacso). Este mapa aponta que duas a cada três pessoas atendidas pelo SUS em casos de violência doméstica são mulheres, e que a reincidência nesses casos chega em 51,6%. Foram atendidas mais de 70 mil mulheres vítimas da violência em 2011, e 71,8% das agressões aconteceram em ambiente doméstico...