O drama dos moradores da Itaberaba, bairro de trabalhadores da nossa Cidade, já dura mais de duas semanas, estive andando nas áreas mais afetadas, ouvindo pessoas, verificando o caminho das águas e lanço um questionamento simples: de quem é a responsabilidade ?
Advogado de profissão e homem público por devoção, já fui Procurador do Município e enfrentei grandes chuvas, sempre ao lado da comunidade assistindo as pessoas, tendo defendido em certa ocasião o cancelamento de um carnaval.
O gestor público não pode pensar em eleição, deve pensar no povo. Isso sei é teoria, a regra dos políticos que se assentam no poder é projetar-se em pesquisas de opinião pública e mandar as necessidades reais para o espaço.
De uma coisa fiquem certos, no que puder irei dizer ao povo da Itaberaba dos seus direitos, a visualização mais simples do caso impõe uma investigação pelos órgãos da justiça.
O riacho do mulungú está com o seu leito comprometido, desde as obras nas imediações do shopping center até a parte mais nova do Conjunto Residencial Juazeiro I, aquele mesmo que a quadra desabou, passando pela ocupação irregular inclusive com plantações.
A quem cabe fiscalizar o leito dos riachos e assegurar a passagem das águas ?
Lembrem-se, as águas de março ainda não chegaram, estou fazendo uma advertência de muita valia.
Voltando à minha análise, na altura do Conjunto Residencial Juazeiro I, quem danado colocou tubos de 60 centímetros, fazendo passar por cima a pista de acesso ? Ali só uma ponte resolve, qualquer um dos competentes engenheiros da Prefeitura (conheço todos e sei da qualidade) podem atestar o que estou dizendo.
No local onde foram colocados os tubos a pista ficou retorcida, a natureza respondeu com sua força.
Improvisaram a passagem, deixaram o leito comprometido com plantações, invasões, e por enquanto não vou falar da Barragem de São Geraldo que necessita de uma urgente ampliação, para não dizer reconstrução.
De quem foi o prejuízo ? Antonio, Maria, Cícero, Tico e tanta gente humilde da Itaberaba. Vi os produtos que Antonio comercializava, tudo perdido, o carro de Cícero que foi coberto pela água, os animais mortos, até pato morreu afogado, os móveis de Dona Maria, as crianças correndo entre moscas e mosquitos, definitivamente mundo desigual, de um lado aquele carnaval.
Sim e de quem é a responsabilidade ? Vamos exigir uma investigação, um riacho foi obstruído, a força da natureza imperou sobre a irresponsabilidade, pena que o sofrimento bateu às portas de pessoas já sofridas pela própria condição social.
Por Márcio Jandir, advogado e vice-presidente municipal do Democrata
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