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Bolsonaro terá agenda internacional intensa a partir deste mês

A agenda internacional do presidente Jair Bolsonaro começa intensa na segunda quinzena deste mês e prossegue até o próximo semestre. Além dos Estados Unidos, Chile, de Israel, há viagens programadas para o Japão e a China. Em pauta, desde a crise na Venezuela ao incremento das relações econômicas e comerciais. No Japão, o presidente participará da Cúpula do G20 (que reúne as 20 maiores economias mundiais) em Osaka, que ocorrerá de 28 a 29 de junho. A viagem para a China está em fase de organização e deve ocorrer no segundo semestre.

Bolsonaro disse que, nessa visita, pretende ampliar negócios e fronteiras. Bolsonaro confirmou também que o presidente da China, Xi Jinping, virá ao Brasil para participar da 10ª Cúpula do Brics (grupo que reúne Brasil, Índia, China e África do Sul). A data do encontro será definida. Neste mês Bolsonaro deverá ter reuniões com os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Chile, Sebastián Piñera, e com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A viagem aos Estados Unidos deve ocorrer entre 18 e 22 de março, sendo que o encontro com Trump está confirmado para o próximo dia 19, segundo comunicado da Casa Branca. Dos Estados Unidos, Bolsonaro segue para o Chile, onde ficará até o dia 23, e no fim do mês, irá para Israel...

Bolsonaro manda ministro da Educação exonerar assessor

Em meio a críticas do escritor Olavo de Carvalho ao governo de Jair Bolsonaro, o presidente pediu neste domingo (10) que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, exonerasse o coronel Ricardo Wagner Roquetti do cargo de diretor de Programa da Secretaria-Executiva da pasta.

Bolsonaro e Vélez se reuniram na manhã deste domingo no Palácio da Alvorada, em Brasília, em encontro que não estava previsto inicialmente na agenda. À Folha, Roquetti confirmou que teve seu afastamento solicitado por Bolsonaro.

"O presidente pediu meu afastamento hoje em conversa pessoal com o ministro. A exoneração deve ocorrer durante a semana, pois é um ato administrativo burocrático que leva tempo", disse, sem querer comentar os motivos que levaram à sua saída. 

A exoneração do coronel se dá em meio a uma dança de cadeiras que Vélez vem fazendo no MEC, como mostrou a Folha na sexta-feira (8), diante de críticas de Olavo, considerado "guru" da nova direita e responsável por indicar o ministro da Educação a Bolsonaro.

Neste domingo, ele foi o principal alvo de Olavo no Twitter, que o chamou de "Bebianno de Vélez", em referência ao ex-chefe da Secretaria-Geral Gustavo Bebianno, que foi demitido por Bolsonaro em meio ao escândalo das candidaturas de laranjas, caso revelado pela Folha.

Em uma sequência de tuítes, com 14 postagens, ele narra os motivos pelos quais critica Roquetti. Segundo o escritor, ele se aproximou de Vélez e blindou o ministro.

Ele culpa o coronel da Aeronáutica pelo episódio da carta enviada pelo MEC às escolas, nas quais o ministro da Educação pedia que crianças fossem filmadas cantando o hino nacional. Após série de críticas, o ministério recuou.

"As reuniões passaram a acontecer com portas fechadas, e dentro da sala somente ele, Velez e Tozi. Assim, por exemplo, foi decidida a questão da carta (diferente do que a mídia propagou, de que os autores eram os alunos do Olavo - MENTIRA).", escreveu Olavo em uma das publicações deste domingo.

Tozi, a quem ele se refere é o secretário-executivo do MEC, Luiz Antonio Tozi. O escritor disse que a escolha do número 2 da pasta foi o "primeiro Cavalo de Troia no ministério", por ser ele "ligado ao ensino técnico e ao PSDB".

Desde sexta, o escritor intensificou as postagens em sua conta do Twitter com críticas aos militares e recomendou que seus alunos deixassem cargos no governo.

"Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo -umas poucas dezenas, creio eu- deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos", escreveu Olavo na sexta.

Ainda neste domingo, o escritor disse ter-se arrependido de três coisas, entre elas, de ter apresentado Roquetti à deputada Bia Kicis (PSL-DF).

Ele disse ainda lamentar o fato de ter "acreditado, nos anos 90, que os militares brasileiros teriam a coragem de reagir na Justiça contra a difamação jornalística das Forças Armadas" e por ter apoiado o general Hamilton Mourão para ser vice de Bolsonaro. 

Como mostrou a Folha neste domingo, em pouco mais de dois meses de governo, o presidente tem gastado boa parte de seu tempo e capital político para diluir os desentendimentos entre duas alas que o apoiam: os pragmáticos e os ideólogos. ..

Valmir rebate Bolsonaro e diz que democracia e liberdade são direitos da população brasileira

O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) retrucou o discurso do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) que disse que a democracia e a liberdade só existem quando as Forças Armadas querem e que haverá sacrifício dos militares com a reforma da Previdência. Neste domingo (10), o parlamentar petista defendeu que democracia é um tema inerente ao povo e sua participação política. Quanto à reforma da previdência, o parlamentar destacou a não inclusão dos militares na proposta enviada ao Congresso. 

"Democracia e liberdade só existem se o povo protagoniza, e quando há trabalho para superação das desigualdades. As declarações do presidente demonstram o distanciamento dessas frentes. Também estimulam a misoginia, o racismo e delegam ao povo pobre ainda mais miséria", frisa Assunção. Bolsonaro foi questionado pela imprensa e também por diversos deputados que defendem os direitos dos trabalhadores e das minorias sobre a proposta que atingirá os militares e quando e como ela será produzida. "Sobre isso, o governo não fala abertamente. Cria um discurso falso para aprovar a peça que apresentou para enganar o povo". ..

Campanha Lula Livre passa por ajuste e quer oposição a Bolsonaro

Com uma espécie de reunião geral marcada para o próximo dia 16, a campanha "Lula Livre", pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), promete tomar fôlego, se tornar mais robusta e abraçar novas frentes. O relançamento da campanha vem na esteira da frustração com a não participação de Lula nas eleições e com a derrota do PT nas urnas, o que, considerando a visão da esquerda de que o petista é um preso político, poderia ter sido suficiente para sua soltura.

Ao contrário, as eleições consolidaram no poder a direita antipetista representada por Jair Bolsonaro (PSL), que tem como ministro o algoz de Lula, o ex-juiz Sergio Moro. Atualmente o Comitê Nacional Lula Livre reúne líderes de partidos e de movimentos de esquerda numa grande assembleia, mas sem capacidade organizativa e com ações pontuais. A partir da reunião, a ideia é criar comitês pelo país para espalhar a narrativa de que democracia e direitos estão em risco e, assim, criar um novo ambiente político que pressione pela revisão da prisão pelo Judiciário...

'Onda Bolsonaro' não se traduz em poder ao PSL nos Estados

Partido mais votado do País na onda de renovação que elegeu o presidente Jair Bolsonaro ano passado, o PSL não conseguiu transformar o resultado positivo que obteve nas urnas em protagonismo nos Legislativos estaduais, nem sequer onde fez o governador ou uma bancada proporcionalmente grande, como no Rio de Janeiro. 
 
Sem nenhuma presidência legislativa e com cargos menores em apenas seis Mesas Diretoras, a sigla tenta agora emplacar a advogada Janaína Paschoal, parlamentar mais votada do Brasil, no comando da Assembleia paulista, a única que ainda não iniciou a nova Legislatura. Os trabalhos começam na próxima sexta-feira.

Levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo mostra que, diferentemente do discurso eleitoral, o PSL se aliou nos Estados a partidos que fazem oposição ao governo Bolsonaro no plano nacional, para conseguir espaço...

Bolsonaro diz que ministério é equilibrado com 20 homens e duas mulheres que valem por dez

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, que o ministério está "equilibrado" ao ter 20 ministros e duas ministras. Na opinião de Bolsonaro, cada ministra vale por "dez homens".

Bolsonaro deu as declarações ao participar no Palácio do Planalto de uma cerimônia de comemoração do Dia da Mulher, na qual estavam ministras e funcionárias do governo...

Democracia e liberdade só existem se as Forças Armadas quiserem, diz Bolsonaro


O presidente Jair Bolsonaro disse, na manhã desta quinta-feira (7), que "a democracia e a liberdade só existem quando a Força Armada assim o quer". O discurso foi feito durante cerimônia dos 211 anos do Corpo de Fuzileiros Navais, no Rio de Janeiro. Este foi o primeiro evento do presidente na cidade desde que assumiu a Presidência, em 1° de janeiro. 

Durante a fala, que durou cerca de cinco minutos, Bolsonaro também ressaltou que a missão de governar o Brasil será cumprida ao lado de pessoas "de bem", que "amam a pátria e respeitam a família", e que "amam a democracia". Ele também afirmou que os militares serão incluídos na reforma da Previdência, mas que cada Força — Marinha, Exército e Aeronáutica — terá uma especificidade. ..

Com Bolsonaro, gastos da Presidência com cartões corporativos crescem 16%

Os gastos com cartões corporativos da Presidência da República nos dois primeiros meses do governo Jair Bolsonaro aumentaram 16% em relação à média dos últimos quatro anos, já considerada a inflação no período. Apesar de ter seu fim defendido durante a transição, a nova gestão não só manteve o uso dos cartões como foi responsável por uma fatura de R$ 1,1 milhão.

O cálculo leva em consideração os pagamentos vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República – que incluem as despesas relacionadas ao presidente. Os valores foram divulgados apenas na semana passada, com atraso, após o jornal O Estado de S. Paulo questionar a Controladoria-Geral da União (CGU). Mesmo assim, a descrição da maioria dos pagamentos é sigilosa. Nem mesmo a data em que a despesa foi feita é divulgada. O argumento é que informar os gastos do presidente pode colocar em risco a sua segurança...

Publicação de vídeo pode render impeachment a Bolsonaro; entenda

Um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, o jurista Miguel Real Júnior avalia que a publicação de um vídeo pornográfico por parte de Jair Bolsonaro, na terça-feira (5), poderia custar o cargo ao presidente da República. Reale argumenta que, de acordo com a lei 1.079 de 1950, é crime contra a probidade na administração “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”. Ou seja, Bolsonaro teria quebrado o decoro por ter postado o vídeo em suas redes sociais.

"O que destaco é a absoluta desnecessidade de enviar este vídeo adjeto ao povo brasileiro para denunciar algo que tenha sido visto, previamente, por centenas de pessoas”, o jurista explicou ao jornal o Globo. “Com a divulgação, ele deu exposição a um fato restrito, sem nenhuma necessidade: ou seja, ampliou o ato. Algo que seria visto por algumas pessoas foi visto pelo Brasil inteiro”, complementou...

Eduardo Bolsonaro defende post do pai: 'o que se quer é desgastar o presidente para derrubá-lo'

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou as redes sociais nesta quarta-feira para defender o vídeo publicado por seu pai, Jair Bolsonaro , que mostra dois foliões do Blocu, em São Paulo, que praticavam o fetiche chamado de "golden shower"  (chuva dourada, que envolve o ato de urinar no parceiro ou na parceira) ao ar livre. No post, Eduardo diz que a imagem publicada no Twitter é "para alertar no que tem se transformado alguns blocos de carnaval", e que "o que se quer é a todo custo desgastar o presidente para derrubá-lo".

Na postagem feita na terça-feira, o presidente Bolsonaro diz que as cenas do vídeo que mostra uma cena obscena tinha como objetivo "expor a verdade para a população" sobre o que estaria se tornando o carnaval no país. A publicação já recebeu cerca de 2 milhões de visualizações, despertou a atenção de anônimos e famosos e causou polêmica na rede social...

Mídia internacional repercute tuíte de Bolsonaro com vídeo obsceno

Veículos estrangeiros estão repercutindo o polêmico tuíte do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com vídeo no qual dois homens aparecem em atos obscenos diante de uma multidão. O vídeo, publicado no Twitter de Bolsonaro na terça-feira, dia 5, é definido pelo jornal americano The New York Times como uma "revolta" do presidente brasileiro diante da cena. O jornal norte-americano ressalta que o post tinha o objetivo de criticar o carnaval e que "muitos conservadores da maior nação latino-americana detestam" as festividades da época, vistas por eles como "pagãs".
 
Publicações britânicas, os jornais Daily Mail, The Independent e Daily Mirror enfatizaram o aspecto explícito do vídeo, no qual um homem aparece urinando no cabelo de outro. O Daily Mail lembrou que Bolsonaro foi alvo de protestos e zombaria de muitos foliões durante os blocos de carnaval, e citou o boneco gigante presente nos desfiles do carnaval de rua de Olinda (PE). ..

PT acusa Bolsonaro de importunação sexual e estuda pedir teste de sanidade

Depois do vídeo com conteúdo sexual postado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para criticar o carnaval no Brasil, o vice-presidente nacional do PT, deputado federal Paulo Teixeira, disse pelas redes sociais que vai representar contra o presidente pelo crime de importunação sexual. Segundo o petista, Bolsonaro pode ser enquadrado na Lei 13.718/2018, que prevê pena de reclusão de um a cinco anos por publicar cenas de sexo, nudez, ou pornografia sem o consentimento da pessoa. A pena aumenta em um terço se houver intuito de vingança ou humilhação. 

“Vamos representar Jair Bolsonaro pelo vídeo que postou. A lei 13.718,  recentemente aprovada, tipifica o crime de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo, nudez ou pornografia”, anunciou Teixeira. O PT vai estudar a possibilidade de pedir um teste de sanidade ao presidente da república, a exemplo do que congressistas americanos propuseram em relação a Donald Trump. Para o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, o post de Bolsonaro foi uma resposta às críticas que ele sofreu no carnaval...

Postagem de Bolsonaro causa polêmica nas redes e recebe críticas inclusive de apoiadores

O presidente da República Jair Bolsonaro publicou ontem em sua conta pessoal no Twitter, um vídeo que vem causando polêmica em todo o país. Inconformado com atitude de blocas que faziam referencias negativas à sua pessoa e gestão Bolsonaro postou um vídeo em que um homem aparece dançando sobre um ponto de táxi, fazendo gestos obscenos. Esse tipo de vídeo tem obrigatoriedade de ter filtro de conteúdo adulto, o que Bolsonaro só teria feito duas horas após a repercussão da matéria.

“Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conclusões”, escreveu o presidente. O vídeo teve repercussão instantânea tanto na própria publicação de Bolsonaro quanto na internet, de forma geral. No Twitter, três assuntos do momento referem-se ao tema: “#ImpeachmentBolsonaro”, “Presidente da República” e “Golden Shower”. ..

Daniela Mercury propõe encontro com Bolsonaro, após presidente publicar marchinha com críticas a ela e Caetano Veloso

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou o feriado de carnaval para dar uma cutucada na cantora baiana Daniela Mercury e Caetano Veloso, publicando uma marchinha carnavalesca sobre a Lei Rouanet. 

A cantora, que puxou uma grande multidão no desfile do Campo Grande, nesta terça-feira (5) preferiu não polemizar durante a apresentação, mas mandou um recado para o presidente através da sua assessoria. “Sr. Presidente, sinto muito que não tenha compreendido a canção Proibido o Carnaval, que defende a Liberdade de expressão e é claramente contra a censura. Mas acho que isso nem vem ao caso aqui porque percebo que há uma distorção muito grave sobre a lei Rouanet. Parece que ela ainda não foi compreendida. Por isso, me coloco à disposição para explicar como funciona o passo a passo dessa lei. E aproveito para tranquilizá-lo. Usei muito pouco de verba pública de impostos da Lei Rouanet em cada projeto que tive aprovado", explicou...

'Com Temer tínhamos o que há de melhor', diz Elmar ao criticar relação com Bolsonaro

Líder do DEM na Câmara e deputado federal baiano, Elmar Nascimento (DEM) demonstrou que a presença de militares e o diálogo do governo de Jair Bolsonaro tem incomodado aliados no Congresso. Em entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (4), Elmar disse que o “governo saiu da política de sindicato e passou para a república da caserna”. 

“Com Michel Temer tínhamos o que há de melhor em termos de tratamento, a despeito de sua impopularidade. A gente ligava para o presidente e ele retornava a ligação. Hoje, a gente tem de se identificar, alguém lá em cima autorizar, colocar um crachá”, afirmou o parlamentar. ..

Joice na Câmara e Fernando Bezerra no senado. Líderes com perfis diferentes


Porta-voz do Governo Bolsonaro na Câmara federal, a deputada Joice Hasselmann nem bem começou o mandato e já está sendo acusada de plágio, ao copiar na íntegra, parágrafos de uma lei do ex-presidente Michel Temer. A jornalista, que já havia sido acusada pela mesma prática quando atuava como jornalista no paraná, foi escolhida como líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados. A nomeação de Joice, para alguns articulistas políticos, não teria sido a melhor escolha, já que Bolsonaro vai precisar de uma boa articulação para aprovar projetos polêmicos como o da previdência e a deputada, de primeiro mandato, tem pavio curto e pouca paciência para o diálogo.

Para muitos o titular da liderança deveria ser um parlamentar com mais transito na casa e mais conciliador, já que o governo precisa de muito mais votos do que sua base de apoio pode dar...

Em 2 meses, Moro soma derrotas e recuos depois de ordens de Bolsonaro

Dois meses após tomar posse com status de superministro, Sergio Moro já coleciona derrotas e recuos que foi obrigado a fazer publicamente após contraordens do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).

O ministro da Justiça e Segurança Pública aceitou deixar a carreira de juiz federal para assumir a pasta sob o argumento de que estava "cansado de tomar bola nas costas". Mas, em 60 dias de governo, tem enfrentado problemas parecidos.

A última delas ocorreu na quinta-feira (28), quando o ministro da Justiça teve de voltar atrás, a contragosto, na nomeação da especialista em segurança pública Ilona Szabó. Ele a havia indicado para ser membro suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Antes desse caso, Moro já havia se deparado com outros episódios de constrangimento, o que tem gerado desgaste e irritado o ministro. Sergio Moro, segundo assessores próximos, passou a quinta-feira de cara fechada. Logo nos primeiros dias no cargo, Moro recebeu a missão de concretizar mudanças na legislação para dar aos cidadãos mais acesso à posse de armas, bandeira de Bolsonaro durante a campanha presidencial do ano passado.

Desde o começo, o ministro tentara se desvincular da autoria da ideia, ao dizer nos bastidores que apenas estava cumprindo ordens do presidente. Na elaboração do decreto, que foi publicado em janeiro, algumas de suas sugestões foram ignoradas, como o número de armas que poderia ser registrado por pessoa --ele defendeu que tinham que ser apenas duas, e não quatro, como acabou estabelecido no decreto sobre o assunto.

Em outro caso, o ministro viu o governo interferir naquilo que mais se dedicou desde a posse, seu pacote anticrime e anticorrupção, que reúne projetos de leis apresentados ao Congresso em fevereiro. Entre as medidas, Moro incluiu a criminalização do caixa dois. Dias depois, no entanto, soube que, por decisão do Palácio do Planalto, o tema iria tramitar separadamente do restante das propostas, que incluem mudanças na legislação sobre crime organizado, corrupção e tráfico de drogas.

A ideia de tirar a criminalização do caixa dois do texto principal visou atenuar a resistência de parlamentares e acabou expondo Moro por confrontar seu discurso de ministro em relação ao de juiz. Como juiz, Moro enfatizava a gravidade do caixa dois. "Muitas vezes [o caixa dois] é visto como um ilícito menor, mas é trapaça numa eleição", afirmou em agosto de 2016.

Como ministro de Bolsonaro, diante da decisão de separar a proposta de criminalização do projeto principal, Moro afirmou ter atendido à queixa de alguns políticos de que "o caixa dois é um crime grave, mas não tem a mesma gravidade que corrupção, crime organizado e crimes violentos".

Mesmo quando não teve de recuar, o ministro da Justiça e Segurança Pública deu sinais de fragilidade quando a palavra do presidente foi mais forte do que a dele, como no escândalo revelado pela Folha de S.Paulo sobre candidaturas de laranjas do PSL, partido de Bolsonaro.

Enquanto Moro deu declarações evasivas, dizendo que a Polícia Federal iria investigar se "houvesse necessidade" e que não sabia se havia consistência nas denúncias, Bolsonaro determinou dias depois, de forma enfática, a abertura de investigações para apurar o esquema --que resultou na queda do ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), que presidiu o PSL nas eleições.

No episódio de Ilona Szabó (que é colunista da Folha de S.Paulo), o ministro ainda teve de acompanhar declarações públicas que explicitaram sua derrota, como entrevistas da especialista e mensagens dos filhos do presidente da República.

"Meu ponto de vista é como essa Ilana Szabó aceita fazer parte do governo Bolsonaro. É muita cara de pau junto com uma vontade louca de sabotar, só pode", escreveu o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, em uma rede social.

O próprio Ministério da Justiça admitiu a derrota por meio de nota à imprensa. "Diante da repercussão negativa em alguns segmentos, optou-se por revogar a nomeação, o que foi previamente comunicado à nomeada e a quem o ministério respeitosamente apresenta escusas", disse o comunicado.

Mesmo com o recuo, Sergio Moro defendeu o convite que havia feito dizendo na nota que foi motivado "pelos relevantes conhecimentos da nomeada na área de segurança pública e igualmente pela notoriedade e qualidade dos serviços prestados pelo Instituto Igarapé".

Ilona Szabó caiu porque é contrária ao afrouxamento das regras de acesso a armas, política do governo Bolsonaro. Também já criticou em artigo o pacote anticrime de Moro, ao considerar preocupantes, entre outras coisas, as medidas que tendem a ampliar o direito à legítima defesa.

"O sentimento é o de que quem ganha é a polarização, perde a pluralidade e o debate de ideias, tão fundamentais numa democracia", disse a especialista à reportagem. As "tratoradas" de Bolsonaro não atingem apenas Moro, no entanto. Diferentes ministros já foram derrotados e tiveram que anunciar recuos --como Gustavo Bebianno, antes de ser demitido em meio à crise das candidas laranjas.

Em áudios vazados publicados pela revista Veja, por exemplo, Bolsonaro mandou uma mensagem a Bebianno pedindo para cancelar uma viagem dele e de outros ministros que já estava marcada para a Amazônia. Paulo Guedes (Economia), que também entrou com status de superministro, é outro que já teve contratempos com o Planalto. O principal deles envolve a reforma da Previdência. O presidente afirmou nesta quinta (28) que o governo pode alterar a proposta de idade mínima para mulheres de 62 anos para 60 anos...

Filho de Bolsonaro diz que saída para enterro de neto coloca Lula 'posando de coitado'

Para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair Bolsonaro, o debate acerca da possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixar a prisão em Curitiba para acompanhar o sepultamento de um parente só coloca o petista "em voga posando de coitado". Lula perdeu nesta sexta (1º) o neto Arthur, de sete anos, vítima de uma meningite.

O comentário foi feito no Twitter, em resposta do deputado a um usuário que publicou uma enquete a seus seguidores para opinarem sobre o tema. "Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum", escreveu Eduardo. "Quando o parente de outro preso morrer ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado."..

Bolsonaro tem 39% de ótimo e bom e 19% de ruim e péssimo, aponta CNT

A avaliação positiva do governo de Jair Bolsonaro está em 39%, conforme pesquisa divulgada nesta terça-feira (26) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). A avaliação negativa ficou em 19%. De acordo com a pesquisa CNT/MDA, a proporção de pessoas que considera a atual gestão ótima é de 11%. Outros 28% avaliaram o início de governo como bom.

O levantamento mostra ainda que o governo é considerado péssimo para 12% dos entrevistados e ruim para 7%. A avaliação "regular" ficou em 29%. Do total, 13% dos entrevistados não souberam responder. A pesquisa CNT/MDA ouviu 2.002 pessoas entre quinta-feira (21) e sábado (23) em 137 municípios de 25 unidades federativas...

Presidente do Senado diz que Bolsonaro precisa articular para garantir aprovação da reforma da previdência

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que a Casa está ciente da necessidade de priorizar a reforma da Previdência. Em um café da manhã que ofereceu para a imprensa na residência oficial, ele garantiu ser regimental a criação de uma comissão especial para acompanhar a tramitação do projeto na Câmara e afirmou que o objetivo dessa iniciativa é contribuir para o aperfeiçoamento do texto, a fim de dar celeridade ao processo.

"Esse colegiado, cuja formação será decidida nesta terça-feira, respeita todos os prazos e o espaço para a oposição questionar. Vai adiantar muito o trabalho e, por se tratar de uma comissão sugestiva, todas as sugestões serão divididas com os partidos da Câmara, para que os deputados sintam qual é o “termômetro” do Senado...