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Com rimas e sonhos, poesia ainda muda cotidiano e define vidas em São José do Egito

Há dezenas (talvez centenas) de anos, uma viola foi enterrada no leito do Rio Pajeú. Desde então, quem bebeu de sua água, virou poeta. A lenda sertaneja pode até não ser verdade, mas foi a forma que o povo encontrou para explicar porque existe tanto talento para a poesia em um só lugar. “Bom dia, poeta”, diz um. “Bom dia, poeta”, responde o outro. Vendedor, professor, farmacêutico… Seja no improviso ou munido de violas, há uma população inteira de cantadores poetas em São José do Egito, a 404 km do Recife. Considerada berço imortal da poesia, a cidade preserva, há gerações, a tradicional cultura que floresceu às margens do rio.

A relação da cidade com as palavras começou na colonização do Brasil pelos portugueses: “Os portugueses trouxeram a sonoridade do baião de viola e as influências dos mouros, muçulmanos que invadiram a Península Ibérica. Digamos que os cantadores são uma evolução dos trovadores”, afirma Fábio Renato Lima, professor de história na cidade e coordenador da banda Vozes e Versos. Talvez por isso o vocativo esteja presente em qualquer cumprimento na cidade. É uma populaçaõ de “poetas”...

Projeto em feiras de Brasília valoriza a tradição nordestina da cantoria de viola

As notas musicais tocadas nas violas de Chico de Assis e João Santana ecoam pelos corredores cheios da Feira do Guarapari, em Ceilândia Sul. O improviso dos versos entoados durante as apresentações diverte e alegra feirantes e clientes. Muitos dos que passam pelo palco param por alguns minutos para apreciar o show gratuito, promovido por meio do projeto cultural Repente na Feira.

A ideia de montar as apresentações foi do repentista Chico de Assis, 55 anos, que contou com incentivo do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Natural do Rio Grande do Norte e repentista há 35 anos, Chico invariavelmente conta com a parceria de João nos shows, mas também convida outros artistas, como Donzílio Luiz de Oliveira e Valdenor de Almeida, para integrarem o espetáculo...

Programação do Pontes Flutuantes começa na próxima semana em Juazeiro e Petrolina

O projeto Pontes Flutuantes traz para Petrolina e Juazeiro, na próxima semana, dois grandes nomes do teatro mundial: o diretor teatral Eugênio Barba e a atriz Julia Varley, ambos integrantes do Odin Teatret, sediado na Dinamarca. Os artistas chegam à região para participar do projeto Pontes Flutuantes – diálogos para cena, nos dias 12 e 13 de dezembro. Uma iniciativa da Cia Biruta de Teatro, que propõe o intercâmbio cultural e a troca de experiências entre artistas locais e grupos de teatro do Brasil e do mundo.
 
A programação inclui a palestra-demonstração "Pensar através das ações", a demonstração-espetáculo e a oficina "O Eco do Silêncio", que vão acontecer nas dependências do Sesc, em Petrolina, e no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro. Para participar do Pontes Flutuantes, basta realizar a sua inscrição, através do endereço eletrônico: [email protected].

Todas as atividades fazem parte de um roteiro mundial apresentado pelos artistas e condensam um pouco da trajetória deles ao longo de 50 anos de teatro. "Eles vão trazer o conhecimento e a forma como eles construíram esse teatro e esse pensamento sobre o teatro contemporâneo e o teatro antropológico. E nós vamos poder apreender isso em uma exposição que é ao mesmo tempo teórica e prática, porque eles trazem um paralelo entre a reflexão, o estudo, a pesquisa e a prática, a vivência empírica do ator e da atriz. É uma formação completa", conta Cristiane Crispim, uma das organizadoras do evento.
 
Em sua primeira edição, o projeto surge com o objetivo de celebrar o fazer teatro e aproximar os diversos pensamentos acerca da autonomia do teatro como arte e como área de conhecimento e expressão dos modos de organização coletiva ao redor do planeta. A discussão visa proporcionar a troca de experiências entre os convidados e grupos de teatro locais, a partir do debate de questões como as semelhanças e diferenças entre o teatro que se faz no Vale do São Francisco e no resto do mundo.
 
"Eugênio Barba é o criador do conceito de Antropologia Teatral e um dos maiores pensadores do teatro contemporâneo. Apesar de já ter visitado o Brasil em várias ocasiões, essa é a primeira vez que ele compartilha o seu conhecimento no interior do Nordeste. Isso possibilita o contato de artistas que não estão nas capitais com os grandes mestres. Eles ganham a oportunidade de se alimentar dessa experiência e a nossa cena teatral é que acaba se fortalecendo", relata o diretor teatral, ator e dramaturgo, Antônio Veronaldo, que também é responsável pela organização do projeto e já teve a oportunidade de encontrar Eugênio Barba...