Pré-candidatos ao Planalto batalham para desconstruir imagem dos concorrentes
Geraldo amava Henrique, que amava Rodrigo, que amava Ciro, que amava Lula, que amava Manu. No fim, ninguém amava ninguém. Inspirado no poema A quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, um versinho com os candidatos à Presidência teria um final diferente do previsto pelo escritor. Embora estejam em busca de alianças, os principais concorrentes ao Planalto não se furtam de fazer ataques a seus adversários. Dessa maneira, a corrida pelo mais alto cargo do Executivo acaba dividida em duas partes: existe uma ciranda em busca de apoio eleitoral e, ao mesmo tempo, todos batalham para desconstruir as ideias dos concorrentes.
O que une verdadeiramente os candidatos deste pleito não é o amor mostrado nos versos de Drummond, mas sim as críticas que os personagens fariam uns aos outros neste soneto adaptado. Especialistas acreditam que o “mata-mata” é uma tendência nestas eleições, embora destaquem que a prática é condenável. Nas pesquisas de intenção de voto, no entanto, isso pouco reflete. “Em termos eleitorais, ainda não há retorno dessas tentativas de desconstrução de candidatura alheia. Algumas pessoas já têm seu eleito. Essa briga é coisa antiga nas campanhas eleitorais”, explica o pesquisador Henrique Cézar Barros, presidente do HC7 Pesquisa e Inteligência de Mercado...