Júlia Elias: Em terra de fake news o jornalismo não possui morada
A primeira vez que escutei sobre a crise no jornalismo estava no segundo ano da faculdade, foi em 2014. O debate sondou o histórico da imprensa, o avanço das tecnologias que tirou o monopólio do impresso em conjunto com a decisão de que para ser jornalista não precisa, necessariamente, de um diploma em nível superior. A bomba estava prestes a explodir, sua fabricação estava sendo elaborada com calma, até que, o isqueiro se acendeu, este ano, com o período eleitoral.
O histórico da imprensa não é dos melhores. Quando se estuda algumas das teorias do jornalismo como gatekeeper, organizacional, e a agenda setting (relativizada nos últimos tempos pelas notícias falsas) mais outras questões como diagramação de jornais e elaboração de títulos de matérias, a imagem de um jornalismo imparcial, isento de opinião própria, que pauta os assuntos da sociedade de forma a servir o cidadão, já é desfigurada...