Artigo – DA LAVA-JATO AO HAMBÚRGUER
Nada mais claro e evidente de que a estratégia engendrada e bem articulada pelos envolvidos nas investigações dos crimes de corrupção, ou mesmo pelos já condenados, conseguiu o sucesso desejado que era a interrupção e amordaçamento da Operação Lava-Jato. É perceptível de que o cenário mudou abruptamente, invertendo-se os papéis dos agentes nos processos em andamento ou já julgados. Os Procuradores e Juízes de ontem transformaram-se hoje em quase réus e alvos de todo tipo de condenação, enquanto os bandidos que afundaram esse país na lama da irresponsabilidade e da indecência agora surgem como vítimas injustiçadas, para as quais todos os direitos de reparação estão sendo reivindicados. Diga-se de passagem, que essa Operação devolveu alta soma de recursos roubados dos nossos bolsos, mas, uma soma ainda maior deve existir e está pelos quintais e porões dos Ali Babás e seus comparsas. Ninguém tem dúvidas!
A Nação passou a acreditar que no final do túnel tinha uma luz acesa, a sinalizar que, finalmente, os criminosos do colarinho branco seriam extirpados do mundo político, e que a gestão pública estaria ressurgindo como exemplo de decência e integridade. Ledo engano. A Lava-Jato está agora de mãos atadas e com as suas ações paralisadas já há alguns meses, e os seus principais agentes sendo convidados por Deputados e Senadores a se explicarem (e o pior é que estão indo mesmo), porque as suas ações eram conversadas entre si, seja pessoalmente ou por telefone. Ora, é inquestionável de que o sucesso dessa operação resultou de um trabalho coordenado de equipe, da qual participavam Policiais Federais, Procuradores e Juízes. Como entender que não haja comunicação num trabalho de equipe, principalmente quando entre os investigados estão nomes de relevo da República?..