As relações de trabalho e o nível de desemprego mundial devem mudar significativamente até 2021. E não será para melhor, aponta estudo do Fórum Econômico Mundial. A pesquisa revela que, se por um lado, a tecnologia é o motor fundamental para o desenvolvimento, por outro, vai criar um abismo ainda maior de desigualdade. Sete milhões de empregos serão extintos.
Nesse turbilhão de mudanças, 52% dos demitidos serão mulheres e 48%, homens. A cada cinco empregos perdidos por elas, somente um será recuperado. No caso deles, a relação é de 2,5 a cada 5. No Brasil, as discussões ultrapassam o curto prazo. Especialistas temem que o país não esteja preparado para essas transformações, se quer no longo prazo.
Com maior expectativa de vida e vivendo uma realidade de hospitais sucateados, alto nível de desemprego e mudanças das leis trabalhista e previdenciária— que exigem mais tempo na atividade e mais qualificação — os jovens de hoje não terão instrumentos para enfrentar os futuros desafios.
“Vai ser um caos. Se nada for feito para preparar os idosos do futuro, o crescimento do país ficará ainda mais comprometido”, destaca Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. Atualmente, segundo estudo da instituição, 36% dos brasileiros com 50 anos ou mais estão no mercado de trabalho. Destes, 64% são responsáveis por toda ou pela maior parte da renda da casa.
“Nós não estamos preparados para essa revolução tecnológica que começou por volta dos anos 2000. Até porque ela não foi acompanhada de uma reforma na educação. O Brasil peca há 500 anos”, reforça Deise Gomes, gerente executiva e especialista em gestão de carreiras da Thomas Case & Associados.
Thomas Case
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