O mais recente balanço de atividades da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na área de piscicultura e aquicultura informa que 154,2 milhões de alevinos – filhotes de peixes – foram produzidos pelos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da empresa desde 2007. Desses, 70,9 milhões eram de espécies nativas da bacia do rio São Francisco – como piau, xira, matrinxã, pacamã e pirá –, e foram usados em 758 ações de recomposição da fauna da bacia (peixamentos). O restante da produção – 83,3 milhões – fomentou criações comerciais, impulsionou a atividade produtiva e proporcionou aumento da renda familiar de pequenos produtores.
"Esse é um trabalho de pesquisa, desenvolvimento de tecnologia e recuperação ambiental que a Codevasf exerce há anos, com muita competência, constituindo um portfólio de resultados positivos. Esses resultados geram muitos benefícios aos cidadãos e ao meio ambiente. A empresa detém larga experiência na área de piscicultura e aquicultura e nossos centros pesqueiros necessitam de apoio condizente ao produtivo trabalho que sempre realizaram", afirma Inaldo Guerra, diretor da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Companhia.
A Codevasf possui sete Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura na bacia do São Francisco, localizados em municípios de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas – até 2007 essas unidades eram chamadas de Estações de Piscicultura. Nos centros foram realizados os primeiros projetos bem sucedidos de reprodução artificial de espécies de importância ecológica e econômica para a região do São Francisco, como o surubim e o pirá.
"Os barramentos realizados nos cursos d'água para controle de vazão e geração de energia criam obstáculos para a reprodução de peixes e, com isso, há uma redução em sua quantidade. O trabalho da Codevasf está situado nesse contexto ecológico e de apoio à aquicultura comercial e à pesca artesanal. Além disso, ele fornece estrutura para formação de mão de obra especializada e produção científica – os Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura são polos de produção de conhecimento e tecnologia", explica Maria Valdenete Pinheiro, gerente de Desenvolvimento Regional da Codevasf.
As atribuições dessas unidades incluem desenvolvimento de tecnologias de reprodução artificial, ações de repovoamento de corpos hídricos, desenvolvimento de estudos de monitoramento da qualidade da água, fomento à aquicultura, desenvolvimento de pesquisas em biologia pesqueira, capacitação de produtores, pescadores e estudantes em técnicas de criação e propagação de peixes e apoio a organizações de pescadores e criadores.
Desde a década de 1980, projetos empreendidos nesses centros e nas estruturas que os antecederam – frequentemente em parceria com universidades e outras instituições de pesquisa e formação – ofereceram suporte à implantação de dezenas de estações de piscicultura públicas e privadas pelo país.
Entre os projetos recentes dos centros está o de reintrodução do pirá – peixe símbolo da bacia hidrográfica do São Francisco e exclusivo da região – na área do Baixo São Francisco, onde a espécie não era mais encontrada por pescadores. Como estratégia de reintrodução, técnicos dos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias (MG) e Itiúba (AL) realizaram, em dezembro de 2015, a captura de exemplares da espécie no rio Paracatu, afluente do São Francisco, na região de Três Marias. Os exemplares capturados foram levados para o centro de Itiúba para acompanhamento e reprodução artificial. Desde então os peixamentos da Codevasf no Baixo São Francisco têm contado com alevinos de pirá produzidos localmente.
Somente em 2017 foram produzidos 8,1 milhões de alevinos nos sete centros da Codevasf – 4,3 milhões de espécies nativas e 3,8 milhões de não nativas. Além disso, foram realizados 27 peixamentos e 12 pesquisas; 22 trabalhos científicos foram publicados em 2017 com base em projetos empreendidos nos centros.
Ascom Codevasf Fotos Divulgação
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