Este Blog denunciou ontem (06) que verdadeiros crimes vem acontecendo em Juazeiro e Petrolina. Patrimônios históricos estão sendo destruídos e geram indignação entre os moradores das cidades. Atravé de vídeo e fotos mostramos mais uma destruição, dessa vez de uma casa histórica localizada na Orla I e que numa época passada, serviu de residência do comerciante do Mercado "Senhor" Romualdo, depois foi transformada em um quartel da Polícia Militar, e posteriormente Hotel da empresária Calu.
Membros do Conselho Municipal de Cultura denunciaram o fato ao Ministério Público e lamentaram o ocorrido: "A indignação é quanto ao fator histórico e cultural, patrimônio que vai sendo destruído a cada ano em Juazeiro". A obra foi embargada pela Semaurb (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano) que justificou o fato da empresa não ter autorização para a obra. Em contato com a Prefeitura esta ainda não respondeu se o prédio está tombado pela lei de autoria do ex-vereador José Carlos Tanuri para que se preserve os prédios antigos com o objetivo de manter a história da cidade.
O historiador Rogério Tampellini acredita que faltam incentivos para evitar essas situações. “Quando se fala em monumento histórico não tem mais o que fazer depois que foi destruído, então nós temos que lutar para preservar e levar a questão para a sociedade, para criar mecanismos e incentivos para os proprietários e empresários preservarem esses espaços. Mas o poder público tem que dar o exemplo”, explicou.
Nesta quarta-feira (07), através de nota a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (SEMAURB) informa que "a demolição do prédio histórico localizado à Rua Juvêncio Alves, Centro, foi embargada e a demolição já foi paralisada. A Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte informa também que o prédio é patrimônio da cidade, conta parte da história da cidade e não deve ser demolido, mas restaurado, preservando sua cultura e identidade".
Ontem tambem o Conselho Municipal de Cultura se manifestou sobre o assunto. Confiram:
O Conselho Municipal de Cultura (CMC), vem, por meio desta, publicizar as ações (reações) no tocante A Demolição do imóvel histórico, localizado na Avenida Dr. Juvêncio Alves, nº 100. Já na eleição da nova gestão do biênio 2018/19, que ocorrera em dezembro de 2017, houve um comunicado do que estava se passando no imóvel, inclusive fora feito pedido de tal comunicação, constar em ata.
Num segundo momento, com os conselheiros devidamente empossados, tivemos a primeira reunião onde definiu-se duas comissões permanentes, uma delas foi a comissão de Patrimônio e Memória. Desde então, a comissão tem se debruçado sobre os dispositivos legais existentes no município e nas demais esferas. Como produto desse estudo, tivemos, o encaminhamento do primeiro ofício para Secretaria Municipal de Cultura - SECULTE, cuja tônica fora, além de informar requerer da mesma, informações sobre o imóvel. Isso se dera no dia 2 de fevereiro.
Passados poucos dias, vimos que, as intervenções no imóvel se desenrolaram mais rápidas do que as informações da secretaria, assim, tomamos a decisão de encaminhar outro ofício endereçado ao Ministério Público, cujo objetivo seria a paralisação da obra, até que sejam tomadas medidas de adequação e cumprimento da lei.
Ao final do dia tivemos notícias de que a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano – SEMAURB, havia embargado a obra, o que pode indicar que a SECULTE e SEMAURB dialogaram em algum momento.
Para finalizar. Gostaria de elogiar em nome do CMC, os companheiros desse grupo que denunciaram com registros imagéticos e questionamentos sobre o imóvel. É preciso agora um ato público que faça do imóvel em questão um marco afetivo de alerta sobre essa temática (patrimônio histórico-artístico), que tem tentáculos latentes desde, a concepção de organização urbana, novas possibilidades econômicas e a formação afetiva da identidade do juazeirense.
Da Redação
11 comentários
07 de Feb / 2018 às 18h42
Infelizmente não é a 1ª vez que isto acontece. O cais de Juazeiro era uma beleza. Uma obra de arte, que foi jogado ao chão e em seu lugar tá esta coisa horrível. É o passado e a história que estão sendo jogados no lixo,
07 de Feb / 2018 às 18h43
A prefeitura ocupa o prédio dos à pulso. Nunca pagou um centavo de aluguel. Se esses outros prédios são particulares, o proprietário tem direito de fazer o que quiser. Alguns poderiam ser tombados e restaurados, mas aí cabe ao pode público ou alguém saudosista.
07 de Feb / 2018 às 18h44
Se o prédio é um bem público eu sou a favor da preservação, (ex.: Prédio da Capitania dos Portos, em frente ao Colégio Edson Ribeiro e Antigo Fórum na Praça da Bandeira, que foram demolidos) mas acredito sendo uma propriedade particular cabe ao proprietário o que fazer. Uma construção com melhor aspecto dar vida nova a cidade.
07 de Feb / 2018 às 18h45
Rogério, pra sua informação o progresso de uma cidade não se refere apenas à demolições, construções e reformas em sua estrutura física. Além dessas ações quando são necessárias, está também na preservação da sua história, valores e cultura. Já que vc citou Petrolina, dê um pulinho lá na Petrolina Antiga - é uma parte histórica da cidade (com casarões antigos) que foi preservada e nem por isso a cidade deixou de evoluir. É lamentável ver que vc há 22 anos more aqui e não enxergue isso. Ou é cegueira cultural ou é mais um que defende tudo o que o governo daqui faz... talvez por conveniência.
07 de Feb / 2018 às 19h37
isso prova o grau de cegueira desse desgoverno, se o prédio fosse na periferia, poderia ate passar despercebido.
07 de Feb / 2018 às 19h49
Rogério Santana, quero deixar claro que este meu comentário não é pra vc, é pra outro Rogério da outra matéria sobre o mesmo assunto. Não havia comentado aqui, houve um engano.
07 de Feb / 2018 às 21h51
Cultura? Onde?
07 de Feb / 2018 às 21h58
Efetivamente quando editam leis de cima para baixo não funciona. A lei não envolveu os proprietários e/ou co-proprietários de tais imóveis e, sequer teve divulgação da mesma por quaisquer dos meios oficiais. Por outro lado o poder público municipal é o primeiro a destruir a história da cidade com suas intervenções. Mesmo contudo isso, pergunto: qual o incentivo que se dá ao proprietário de um bem tombado como patrimônio histórico?! Existe pelo menos a isenção de tributos incidentes sobre o imóvel - impostos e taxas? ...E se existe, o porquê de não estar sendo aplicada a Lei?!...
07 de Feb / 2018 às 21h59
Efetivamente quando editam leis de cima para baixo não funciona. A lei não envolveu os proprietários e/ou co-proprietários de tais imóveis e, sequer teve divulgação da mesma por quaisquer dos meios oficiais. Por outro lado o poder público municipal é o primeiro a destruir a história da cidade com suas intervenções. Mesmo contudo isso, pergunto: qual o incentivo que se dá ao proprietário de um bem tombado como patrimônio histórico?! Existe pelo menos a isenção de tributos incidentes sobre o imóvel - impostos e taxas? ...E se existe, o porquê de não estar sendo aplicada a Lei?!...
08 de Feb / 2018 às 02h45
Sincero. Petrolina cópia tudo de Recife : lá tem Recife velho. Juazeiro não tem moral de se comparar a nada. Prefeitura e secretaria incompetente. O MPU aplicou multa?
08 de Feb / 2018 às 09h07
Patrimônio tombados deveriam ser auxiliados pelo município, pois não vejo justiça em obrigar um cidadão a não ter direito de usar seu próprio espaço. E não consigo entender, essa vontade de preservar construções antigas, mas esqueceram de ensinar nos colégios o que é história.