Não é nenhuma novidade que em toda Casa Legislativa Brasil afora o governante que tem maioria ao seu lado consegue aprovar quase todos os seus projetos e governar com tranquilidade. Em Tucano, embora o prefeito Luiz Sérgio (PSD) conte com a “amizade” de 12 dos 15 vereadores, a história está mudando.
Mas essa mudança não é porque os vereadores que compõem a bancada do prefeito estão se voltando contra o gestor, mas porque o povo tem se unido e feito pressão durante a votação de projetos polêmicos, e todos construídos de forma arbitrária, sem o envolvimento dos moradores. E o pior: quase sempre prejudicial à população.
Na noite da última quinta-feira, 01 de fevereiro, mais um capítulo dessa história foi escrito durante a realização da sessão. A plateia, formada por representações diversas da população, lotou o plenário da casa e conseguiu intimidar os vereadores e barrar a votação de dois projetos de lei, um que prevê terceirização de serviços em saúde (foi retirado da pauta antes mesmo da sessão ser iniciada) e outro que autoriza o município a leiloar/vender imóveis públicos, incluindo terrenos.
Exposto em rede social três dias atrás pelos vereadores que compõem a Bancada de Oposição na Câmara (são apenas três contra 12 ligados ao prefeito), e também compartilhado por movimentos sociais organizados e população em geral, o projeto que prevê o leilão dos imóveis públicos (PL 002/2018) se tornou a bola da vez e o assunto pelas ruas e redes sociais de Tucano. A população exigia a realização de audiência pública para discutir o assunto, haja vista a dimensão do patrimônio histórico da cidade que está em xeque. A sede do antigo açougue municipal, localizado em praça central de Tucano, portanto, de muito valor, é um dos imóveis que serão leiloados.
A sessão teve vários momentos tensos e, entre vaias e aplausos, a polícia chegou a intervir. Sem opção, o presidente da Casa, vereador Ronaldo Moura, acatou a sugestão da Oposição e colocou em votação a realização de uma audiência pública. Encurralada, a bancada de apoio ao prefeito, com exceção dos vereadores Marcos Cavalcante e Nadinho, que manifestaram posição contrária ao projeto, foi obrigada a votar, toda ela, a favor da realização do evento, além dos votos da bancada de Oposição que já eram garantidos. Não deu outra, deu o povo!
Fonte: Resenha Local Fotos: Dedê
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