O meu maior medo é a interrupção do curso do rio São Francisco, diz Coordenadora da Câmara Consultiva

A Coordenadora da Câmara Consultiva Regional (CCR) Alto São Francisco, Silvia Freedman foi uma das fundadoras do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e conta que é apaixonada pelo rio desde sua infância. Mineira e moradora de Três Marias (MG), às margens do reservatório e do rio, após o seu primeiro barramento, Sílvia sempre vivenciou de perto as belezas e as tristezas do São Francisco, seja brincando em suas águas ou se dedicando aos trabalhos em prol do Velho Chico.

A coordenadora do CCR Alto sempre trabalhou com mobilização, sensibilização, implantação de projetos hidroambientais, entre outras ações. Sua atual gestão à frente do Alto é fruto da colaboração de todos os segmentos que compõem o São Francisco. Silvia é graduada em Administração de Empresas e Direito, especialista em Gerenciamento de Recursos Hídricos, Ecologia, Conservação e Manejo sustentável de Recursos Naturais e Direito Público.

Silvia aponta que "o Alto São Francisco tem uma responsabilidade imensa na produção de água em quantidade e qualidade. Composta por 240 municípios dos 504 de toda a Bacia, contribui com 72% das águas por meio de seus importantes afluentes, como o Paracatu, Pará, Paraopeba, Velhas, Abaeté, Jequitaí e Pacuí, Urucuia, Verde Grande, entre vários outros. Entendo o Rio São Francisco como resultado final e consequência das ações humanas e das políticas públicas exercidas em seus afluentes".

De acordo com Silvia, a Agência Nacional das Águas (ANA) instituiu em julho deste ano, com o apoio do CBHSF, o “Dia do Rio”. A medida consiste na suspensão da captação de água todas as quartas-feiras até o fim de novembro e isto traduz que a falta do acesso hídrico nos ensina a necessidade de racionalização e de valorização desse bem tão precioso que é a água. "Também aprendemos que temos que nos unir e agir imediatamente para minimizar os impactos e garantir os usos múltiplos desse recurso. Pois além da água para beber, precisamos aprender a produzir de forma sustentável".

"O meu maior medo é a interrupção do curso do rio a partir da barragem de Três Marias. Essa situação pode ser ilustrada pelas atuais ocorrências de seca nos afluentes mineiros, que representam 72% das águas do rio. Nossa contribuição como membros e cidadãos para o futuro do São Francisco está em unir as forças das coordenações do Alto e das demais CCRs para realizar o que propomos. Afinal, o Alto é a caixa d’água do São Francisco", finalizou Silvia.

Ascom CBHSF