Semear, regar e colher. Aos 67 anos estes são os principais verbos da vida de Francisca Zuza dos Santos. Nascida no Crato, Ceará, devota de Padre Cícero do Juazeiro do Norte, a agricultora diz que há 25 anos trabalho na Horta de Plantas Mediciais em Petrolina, no bairro Areia Branca.
Além de valorizar a alimentação saudável e beneficiar o meio ambiente, a atividade, de acordo, com dona Francisca torna a vida mais prazerosa. Ela revela que muitos dizem que "o trabalho valoriza o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais, assim como as detentoras desses saberes, por meio da construção coletiva de conhecimentos sobre o manejo agroecológico."
O detalhe do trabalho de dona Francisca está no "cuidado que ela tem pelas plantas medicinais". "Temos e cultivamos erva cidreira, capim santo, melão de são caetano hortelã, abacaxi, entre outros. "É uma alegria poder ajudar. Os compradores vão chegando todo dia e nós vamos contribuindo com uma vida mais saudável".
É o caso de Gernira Monte que logo nas primeiras horas dessa quarta-feira (22), veio até a horta comprar capim santo. "Sou adepta do chá caseiro. Sempre um alivio. Constumo fugir dos remédios industrializados. Prefiro sempre que posso os da natureza".
Em todas as épocas e em todas as culturas, o conhecimento dos remédios caseiros, que cura gripe e dores no corpo se desenvolveu e foi sendo ajustado de acordo com os efeitos produzidos sobre o organismo. Saber que plantas usar e a dosagem certa, todavia, requer experiência e sabedoria.
"Esse saber popular, porém, vem sendo cada vez mais ameaçado. O discurso dominante busca desqualificar as técnicas dessa medicina alternativa, fazendo com que o povo abandone suas receitas caseiras para comprar remédios industrializados. Por outro lado, a indústria de fármacos e cosméticos tem se apropriado e privatizado os conhecimentos construídos coletivamente e ao longo de gerações", escreveu o médico Celerino Carriconde, na época coordenador do Centro Nordestino de Medicina Popular.
Redação blog Foto: Ney Vital
1 comentário
23 de Nov / 2017 às 09h39
Prezado Geraldo, um cenário posto no dia a dia de gente honesta, trabalhadora. É incentivador saber que existe gente assim ainda neste mundo.