O presidente Michel Temer conseguiu barrar o prosseguimento das denúncias contra ele e alimentou as esperanças de políticos aliados ao governo. Agora, segundo destaca a reportagem do G1, deputados se organizam para discutir o projeto que altera a lei do abuso de autoridade. A estratégia é promover ações que comprometam as investigações de combate à corrupção.
O Ministério Público avaliou que alguns artigos da proposta ameaçam a independência de promotores e procuradores, e podem dificultar investigações como as da Operação Lava Jato. Além deste, outro projeto em análise na Câmara quer proibir que pessoas que estejam presas façam acordo de delação premiada.
Também nessa semana, líderes de 15 partidos assinaram um requerimento pra dar urgência à votaçao de um projeto que questiona o alcance da Lei da Ficha Limpa. Se o texto for aprovado, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que a lei pode ser aplicada a crimes de abuso de poder economico cometidos antes, perderá o efeito.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considera que as propostas são uma reação contra o combate à corrupção no país. "A ampla coalização formada por partidos no Congresso Nacional mostra duas coisas: primeiro que o Congresso Nacional perdeu qualquer pudor em tentar reverter os avanços de combate à corrupção que já existia no país. E em segundo lugar, que existe uma ofensiva pró-crime e pró-impunidade no Congresso Nacional e em outros poderes da República", disse o senador.
A tentativa de dificultar punição a políticos também tem partido do Poder Executivo. A reportagem destaca que a nova nomeação do diretor-geral da Polícia Federal foi vista com desconfiança até mesmo dentro da corporação. O nome de Fernando Segóvia não teve apoio do ministro da Justiça, mas sim de políticos do PMDB investigados na Lava Jato.
No entanto, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª região, Carlos Eduardo Thompson, disse não acreditar em uma mudança de rumo das investigações sobre corrupção no país. "O país não aceitaria, eu nem estou presumindo determinados objetivos, digamos assim, mas o país não aceitaria nenhum retrocesso nesse ponto. Então eu acredito que temos que confiar nessas instituições. Teremos eleições, certamente as mais importantes dos últimos anos, e o país estará muito vigilante nisso", disse.
Fonte: G1
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13 de Nov / 2017 às 18h26
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