Um renomado jornal divulgou recente matéria onde se lia: "A televisão aberta brasileira foi, durante anos, referência dentro e fora do país. Aos mais novos, nas décadas de 80 e 90, a TV aberta era tida como um veículo de aprendizagem, visto que trazia muita informação aos telespectadores. Hoje, diferentemente de outrora, o que temos são os big brothers da vida e os excessos. Excessos de cenas de violência e apologia ao crime, excessos de apelo sexual e brincadeiras que expõem os participantes ao ridículo. Tudo isso em programas que antes deveriam servir para informação e distração do público."
Gostaria de relembrar algumas novelas que mascaram época em nossa literatura televisiva. Em 1973, Dias Gomes escreveu "O Bem Amado" com Toquinho e Vinícius enriquecendo a trilha sonora; Bernardo Guimarães nos deixou a obra "Escrava Isaura", indo para televisão em 1977 com Dorival Caymmi cantando suas belas canções; em 1986, Benedito Ruy Barbosa escreveu "Pantanal" com participação de João Bosco, Ivan Lins e Almir Sater interpretando um rico repertório musical. Que saudade de uma mensagem rica em dramaturgia e cultura regional!
Infelizmente, hoje os autores abordam temas que, além de insultar a família cristã, nada trazem de útil aos seus míopes telespectadores.
A professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Ivana Guimarães, questionou em um debate sobre "Como conviver com esse bombardeio de imagens, sons, mensagens, formas sedutoras de nos vender sonhos, que entram em nossas vidas sem pedir licença, sem medir conseqüências, sem passar por uma análise prévia?"
Avôs, avós, pais, mães, tias, tios, enfim, todos os membros da família têm, antes de qualquer coisa, de se reeducar e repensar os próprios pensamentos, para uma leitura crítica do que a televisão e similares nos mostram. Caso contrário, sem nos preparar, não podemos instruir nossos dependentes de como identificar os heróis disfarçados de monstros e enfrentar os monstros disfarçados de heróis.
Carlos Moura Gomes – Gravatá/PE out/2017
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