O colunista Bernardo Mello Franco denuncia o que há por trás da proposta de implementação do parlamentarismo no Brasil, encabeçada pelo senador José Serra (PSDB-SP) e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. "Os políticos que defendem a adoção do parlamentarismo querem dar um golpe para continuar no poder sem votos. É o que afirma o historiador Luiz Felipe de Alencastro, professor emérito da Universidade Paris-Sorbonne. 'É surpreendente que esta ideia volte sempre de modo oportunista, em momentos de crise e na véspera de eleições presidenciais', critica"
'Os brasileiros já rejeitaram o parlamentarismo em dois plebiscitos, em 1963 e 1993. Adotá-lo agora seria um golpe, uma forma de subtração da soberania popular', acrescenta Alencastro, que hoje leciona na Escola de Economia da FGV-SP. Para Alencastro, a proposta está sendo ressuscitada porque a centro-direita ainda não encontrou um candidato viável ao Planalto. "O motivo é o medo da eleição direta", afirma.
"Os tucanos perderam as últimas quatro disputas no sistema atual. O próprio Serra foi derrotado duas vezes", lembra o historiador. Ele observa que o PSDB nasceu parlamentarista, mas deixou a bandeira de lado após a primeira eleição de FHC.
Jornal do Brasil
4 comentários
20 de Aug / 2017 às 16h30
Com o históricos desses Deputados Federais e Senadores, que o povo elege no Brasil, Deus nos livre do Regime Parlamentarista ser implantado. A compra de votos correria solta, no Congresso Nacional, com tanta gente querendo se eleger Primeiro Ministro, para ser o Chefe do Governo. Concordo que o Sistema Político e Eleitoral Brasileiro mude, alguma coisa tem que ser feita, principalmente nas eleições proporcionais e coligações. Esse sistema atual, a meu ver, está defasado, caduco e obsoleto. Existem partidos de mais, para negociatas e conchavos, em época de eleição.
20 de Aug / 2017 às 16h51
Verdade. Cunha e Temir e Aesiu querem ser primeiro ministro comprando votos de deputados Ladrão??
21 de Aug / 2017 às 23h14
Quem comentando sobre corrupção. O LARANJA DE PORFÍRIO. É cada uma, que dá duas.
24 de Aug / 2017 às 23h17
Existem várias vertentes do parlamentarismo, cada uma com pontos específicos, adaptados à realidade e à história dos países em que ele é adotado. Cunha até agora só vem repetindo quais seriam as supostas vantagens do sistema, como a possibilidade de crises políticas como a atual serem resolvidas mais facilmente com uma rápida demissão do governo em um voto de confiança – algo previsto em alguns tipos de parlamentarismo, como o alemão, em circunstâncias especiais.