Esperança. Essa é o sentimento que move a juíza Mariana Martins, titular da Comarca de Cansanção, a 354 quilômetros de Salvador. Apaixonada pelo chamado Direito Menoril, a magistrada viu uma grande oportunidade em conhecer mais sobre o tema e ter acesso ao posicionamento de especialistas ao se inscrever para o workshop "Infância e Juventude: adoção nacional e internacional, apadrinhamento e acolhimento familiar", que será realizado no dia 25 de agosto no auditório do Tribunal de Justiça da Bahia.
Um dos interesses é sobre a Família Acolhedora, ainda mais essencial para uma localidade em que não há uma instituição de acolhimento. "Nós não temos um abrigo que possa receber crianças acolhidas, retiradas do convívio familiar. Então, a instalação do projeto da Família Acolhedora aqui em Cansanção se faz muito importante para conferir um apoio maior a essas crianças", afirma.
A magistrada lembra bem de Indira, assim vamos chamá-la, hoje com 11 anos. A mãe faleceu. Prostituída pela avó, também sofria agressões do pai, alcoólatra. Sem o projeto instalado em Cansanção, Indira foi levada para uma instituição de acolhimento em Itiiúba, a quarenta quilômetros de distância. "Ainda bem que conseguimos um município vizinho, porque, do contrário, ela teria que ir para um mais longe, o que seria bem pior", diz a juíza. "O ideal é que existisse a Família Acolhedora na comarca, o que possibilitaria um vínculo da criança com a família natural", completa.
Workshop - As inscrições para o Workshop "Infância e Juventude: adoção nacional e internacional, apadrinhamento e acolhimento familiar", destinado a juízes da capital e do interior, membros do Ministério Público e da Defensoria e aos demais profissionais que lidam com o tema, seguem abertas até o dia 18 de agosto. Até o momento são 276 inscritos, além dos 44 que estão na lista de espera.
Inscrição: Magistrados e Servidores / Público Externo
A iniciativa integra a campanha Não se esqueça de mim, da Corregedoria Geral da Justiça, em parceria com a Corregedoria das Comarcas do Interior e da Coordenação da Infância e Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça da Bahia e tem como objetivo evitar o prolongamento da permanência de crianças e adolescentes em instituições de acolhimento.
Uma das presenças confirmadas é o do procurador Sávio Renato Bittencourt, titular da 4ª Procuradoria da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, autor de vários livros sobre as políticas voltadas para crianças e adolescentes no Brasil e uma das referências sobre o estudo do tema no Brasil.
Além dele, estão confirmadas as palestras do juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza, titular da 4ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, da comarca do Rio de Janeiro; do desembargador Salomão Resedá, coordenador da Infância e Juventude, do juiz Walter Ribeiro Júnior, titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de Salvador; da juíza assessora da Corregedoria Geral da Justiça e presidente da Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (Cejai-BA), Andréa Paula Miranda; da assistente social da Vara de Vitória da Conquista, Aline Bitencourt; e da psicóloga Fabrícia Amorim, do serviço Família Acolhedora, de Caculé.
Ascom TJ-BA
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