Desde as delações da Odebrecht, quando os delegados da Polícia Federal (PF) foram deixados de lado e não participaram da mesa de negociações, a relação entre o Ministério Público Federal (MPF) e a PF, durante as investigações da Lava Jato, ficaram estremecidas. Tanto que parte do efetivo que integrava a força tarefa decidiu se afastar. Além disso, no início do mês, a Superintendência da PF encerrou oficialmente o grupo de trabalho exclusivamente dedicado à Lava Jato em Curitiba.
No entanto, a prisão do ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, nesta quina-feira (27), em mais uma fase da operação, evidenciou o racha. Um ofício foi enviado pelo delegado Filipe Hille Pace ao juiz Sérgio Moro, reclamando que a instituição só ficou sabendo da investigação por meio da imprensa e que as apurações tiveram início “sem amparo policial”, de maneira unilateral.
O caso veio à tona no dia 9 de junho, quando foi publicado por veículos de comunicação que o MPF havia pedido a Moro a abertura da instauração de um inquérito para investigar Bendine, segundo informações da Veja.
“Esta autoridade policial soube da existência da requisição ministerial por veículos de comunicação, ou seja, antes mesmo da referida determinação ser formalmente encaminhada para instauração. Tal fato, por si só, já esgota a eficácia plena da pretendida investigação”, questionaram os delegados, à época, em ofício enviado ao juiz.
Fonte: NMB
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