Experiências desenvolvidas no Cepred serão apresentadas na 1ª Feira de Soluções para a Saúde

Cada novo passo dado no desenvolvimento de Hellen Roberto ou de Lara Luiza é festejado por suas mães. A comemoração é vista, a cada dia de tratamento, no Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (Cepred), em Salvador. Além delas, outras 88 crianças com microcefalia são acompanhadas pela equipe multiprofissional da unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), que é uma referência na assistência às pessoas com deficiência auditiva, física e intelectual.

Esse modelo de atendimento do Cepred, na intervenção precoce às crianças com microcefalia, será apresentado na 1ª Feira de Soluções para a Saúde, evento internacional sobre produtos e serviços voltados para o combate, prevenção, diagnóstico e tratamento da Zika, Dengue e Chikungunya. O evento acontecerá de 8 a 10 de agosto, no Senai Cimatec, em Salvador, juntamente com o Seminário Internacional da Unicef: Zika e Infância.

"Tínhamos uma média de 20 crianças sendo atendidas no Cepred por conta da microcefalia. Esse aumento, fez surgir a necessidade de reorganizar o fluxo e protocolos de atendimento na instituição", destaca a diretora do Cepred, Normélia Quinto. De acordo com ela, essas soluções construídas no centro serão mostradas no evento.

Além da experiência da assistência, durante a Feira, os profissionais do Cepred apresentarão pesquisas desenvolvidas na instituição. Serão expostos dois pôsteres com os temas "Triagem auditiva de bebês com microcefalia associada ao histórico de infecção congênita por vírus zika em um centro especializado em reabilitação" e "Estudo seguimentado de bebês com microcefalia associada ao histórico de infecção congênita por vírus zika em um centro especializado em reabilitação". Os estudos fazem parte de um projeto desenvolvido em parceria com a Fiocruz/BA.

Experiência de atendimento

Ainda nos primeiros meses de vida, a mãe de Hellen Roberto, Tatiane Pires, percebeu que o seu desenvolvimento não estava ocorrendo da mesma forma que o de outras crianças. Foi então que ela procurou um serviço de saúde que diagnosticou microcefalia. "Sabendo do problema, procurei o Cepred e aqui fui muito bem acolhida. Hoje minha filha tem 1 ano e 10 meses. Se antes ela não conseguia equilibrar o pescoço, agora Hellen já presta atenção nas coisas", conta Tatiane, que conta com a dedicação da equipe do Cepred na reabilitação da sua filha. "É um mundo novo", reforça a mãe de Hellen, destacando o seu envolvimento no tratamento.

A mãe de Lara Luiza, Thais Santos, pontua que não é só a filha que aprende no Cepred. "A gente passa a saber como lidar com nossas crianças. Com certeza sem a ajuda dos profissionais o desenvolvimento de minha filha não seria o mesmo", afirma Thais. Ela ainda conta que o contato com outras mães é importante para a troca de experiências. "Uma mãe dá força à outra", afirma. "Esperamos que nossos filhos tenham uma vida produtiva e independente", dizem, quase em coro, Tatiane Pires e Thais Santos.

Intervenção Precoce

Segundo Normélia Quinto, com o crescimento de casos de microcefalia, o Cepred priorizou o atendimento às famílias com crianças acometidas pelo problema. "Damos o suporte à família. O quanto antes isso acontecer, melhor para a criança, por isso tivemos a preocupação de ampliar o número de profissionais e abrir o atendimento a qualquer dia da semana", afirma Normélia.

A fisioterapeuta Isana Santana explica que o trabalho com as crianças demanda uma integração muito grande de todos os profissionais. "A gente traça um histórico do paciente e a cada mês fazemos um marco do desenvolvimento. Todos acompanham a evolução das crianças", fala Isana. A fonoaudióloga Verônica Leão reforça a importância do trabalho em conjunto. "Não basta eu verificar isoladamente a parte motora da alimentação se isso pode implicar em outras coisas que a equipe precisa intervir", afirma.

Feira

A capital baiana será sede, entre 8 e 10 de agosto, da 1ª edição da Feira de Soluções para a Saúde e do Seminário Internacional da Unicef. A Bahia foi escolhida para receber o evento por concentrar experiências exitosas. Este é o primeiro evento do gênero no País e será realizado no Senai-Cimatec, com a expectativa de reunir 800 participantes por dia, com destaque para pesquisadores nacionais e internacionais, laboratórios, representantes de organizações sociais, além de gestores governamentais e sociedade civil.

Interessados em compartilhar projetos, participar dos debates e conhecer as experiências relacionadas ao combate ao aedes aegypti devem se cadastrar no site da Feira (https://www.feirazika.unb.br/).

Ascom SESAB fotos: Leonardo Rattes/Ascom Sesab