ARTIGO - O TRÁFICO VENCEU A INTELIGÊNCIA DO ESTADO!

Passou a ser uma utopia a inócua repressão policial no combate às drogas: um modelo desgastante e decrépito sem resposta convincente à sociedade. A inteligência da polícia e do Estado se apagou, dando lume à malquerença, este desejo absoluto do mal social.

A progressão da inteligência dos organismos policiais está à mercê do olhar estatal, este que se oculta convenientemente na escuridão do satânico contingenciamento, “política econômica, ” quando se concerne à segurança pública, uma autêntica vileza, ação indigna contra a ordem social, estático na patavina quanto à tecnologia, preparo dos agentes públicos para combater o avanço dos crimes genéricos, especialmente o tráfico de drogas que desafia a inteligência da Polícia e do próprio Estado!

Não devemos encafuar o óbvio, pois as evidências não estão a sorrelfas. As violências sem freio afrontam o país, a população, a própria segurança! Elas pululam, progridem aos borbotões, aceleradas, caçoando e zombando os poderes, deixando-os de nariz arrebitados, assustados: “o cão arrebitou as orelhas.”

Chega a ser caricato, divertido, insolente os atores do “gatilho mortífero” não temendo a nenhuma sanção penal e elucidação de seus crimes ocorridos à luz do dia e se julgando “proprietários das leis penais e da impunidade.”

É terrível, ordinário, conhecido por todos, que o mundo das drogas no Brasil movimenta 15 bilhões de reais por ano, uma verdadeira abundância de recursos econômicos capacitando o mal a mover o Céu e a Terra . O serviço de inteligência da maldade e o nefando vasto material bélico surpreendem a inteligência oficial, deixando-a abismada.

O quartel general do tráfico é implantado em comunidades proletárias onde o Estado não aparece lhes dando assistência, educação, trabalho, saúde, motivando assim uma revolta holística. Então, as falhas estatais são supridas pelos infratores da lei onde encontram ali solidariedade e confiança, não havendo, portanto, traição, sim, obediência. Os mecenas dos traficantes em suas comunidades são o viés de formação de seguidores nascidos na senda do crime, sendo que muitos deles jamais terem conhecido os pais; logo, gratos a quem os ampara.  “A gratidão é a memória do coração” (Antístenes – filósofo da Grécia Antiga).

Há se se pensar que a dor latente dos ancestrais à época do Pelourinho, discriminação perversa, cruel, açoites, ora visível, através da genética do ódio e da vingança. Faz-se necessário um estudo psicossocial ou mesmo recorrer à Antropologia social. “Nada é mais vivo que a história. Quem tentar apagá-la há de se queimar.”

É insofismável, sem contestação, que o país se transformou em um matadouro humano. Tira-se a vida das pessoas por esporte! O “animus necandi” dolo, vontade de se exterminar a vida do próximo se tornou lúdico, brincadeira!

O ódio e o medo estão irmanados, inseparáveis. A arrogância, algozes, brutalidade e a ignorância caminham lado a lado, não havendo diálogo, cordialidade, fraternidade, sim, o ato de ferir o próximo quando da menor altercação, tendo a certeza premente no instrumento ofensivo e mortal como sendo arma branca ou de fogo a solução célere, “tribunal da morte,” não acreditando, portanto, no caráter intimidativo da pena.

O Estado, os organismos policiais, psicólogos e médicos psiquiátricos têm que se aprofundarem à procura da razão do ódio que tomou conta dos adolescentes infratores, brutos, selvagens que subtraem os bens alheios, roubam e furtam outros adolescentes e se apossam do produto do crime, mesmo assim ferem mortalmente a vítima. Por quê? Isso é muito subjetivo precisando se saber a causa da tamanha crueldade.

Será que os jovens infratores desprezados pelo poder público, sem assistência, provindos de espelho familiar delinquente, marginal, não se revoltam porque a sociedade mascarada os discrimina com a má distribuição da riqueza.

Fato é que as drogas são incessantes e os crimes neste país se tornaram uma diversão! Um novo modelo de combate às drogas e demais crimes hediondos precisa-se com urgência.

A ordem pública está tosca; a pólvora e o tinir dos projetis dos bandidos e traficantes são o código de leis editado por eles. Uma vergonha insólita! Os absolutos - senhores do gatilho - ditam o seu império de vinditas, mortes e destruição ao belo prazer, exibindo zombaria, negaças e momices, caretas para as instituições e para a sofrida população!

Não temem a nada; convencidos que são invencíveis, pois, dinamitam o que bem querem e entendem em plena praça pública à luz do sol ardente. Ainda têm a petulância de invadirem quarteis, metralham viaturas policiais e unidades militares. Não param! Policiais são metralhados constantemente como se abatem um pássaro bem como se pisoteia uma barata ou qualquer inseto! Por que quantas incongruências desesperadoras?

O mal está sobrepondo o bem. Até quando esta desmoralização que provoca há tempo distúrbios mentais na família brasileira? O país pede resposta!

Eu penso assim! Diz o velho brocardo: pensar não é crime nem paga imposto. (Pensioro non paga gabela).

QUE PAÍS É ESTE!?

Geraldo Dias de Andrade é Cel. PM\RR – Bel. Em Direito – Escritor- Membro da ABI\ Seccional Norte – Cronista – Membro da Academia Juazeirense de Letras.