Mais de 50 organizações sociais, públicas e da sociedade civil, incluindo ONGs, movimentos sociais, Universidades, Centros de pesquisas, dentre outras, que participam da Caravana Agroecológica do Semiárido Baiano, estão fazendo um importante levantamento sobre as ações e projetos que provocam a destruição da biodiversidade que ainda existe na bacia do Rio São Francisco. Essa caravana denominada "Nos caminhos das águas do São Francisco" começou na tarde desta segunda (26) em Juazeiro e se estende até o dia 30 com um momento de culminância no auditório da Universidade Federal do Vale do São Francisco Univasf, também em Juazeiro.
Realizada com um importante aporte e logística da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Promotoria Pública do Meio Ambiente da Bahia e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). A Caravana ocorre em duas rotas, uma pela região do rio Salitre e outra, pelo entorno do Lago de Sobradinho.
Nos primeiro momento de estudos e constatações, os agentes ambientais e representantes de Ongs e movimentos sociais traçaram um panorama do quanto os empreendimentos econômicos como: mineradoras, parques de energia eólica e barragens e o descaso do poder público, contribuem para a destruição do São Francisco e seus afluentes. Rubem Siqueira da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Celito Kerstering, professor da Univasf, contaram o quanto as populações de pescadores, fundos de pastos, quilombolas e indígenas, por exemplo, vem sendo massacradas com esses projetos que destroem a caatinga, os solos, as águas e outros recursos naturais ao longo do São Francisco. Eles destacaram de modo muito especial, os males trazidos pela construção da Barragem de Sobradinho que expulsou mais 72 pessoas de suas terras nos anos 70.
É importante registrar que a Caravana, em suas duas rotas, além de denunciar a morte do rio e do povo, destacam a resistências das comunidades a esses projetos, além de suas experiências de produção sustentável com base nos princípios da Agroecologia e da Convivência com Semiárido que muito ajudam na manutenção dessas comunidades que insistem em não morrer junto com o Rio São Francisco.
Ascom/IRPAA
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