Padre William Fitz, mais conhecido entre nós como Padre Guilherme, Americano de nascimento, Sertanejo por adoção. Aqui nas “terras sempre quentes”, resolveu doar os melhores anos da sua vida, a serviço do Reino de Deus, sem nada pedir em troca, a não ser mais um pouco de sorte para os seus irmãos sertanejos, menos agruras e menos sofrimentos para os mesmos.
Valho-me aqui, de outro grande Sacerdote, também Americano de nascimento e nordestino por opção, o Padre José Potter, que enviou à Diocese de Juazeiro, algumas preciosas informações sobre o padre Fitz.
Foi Fitz, com seus quase dois metros de altura, colega de Seminário do nosso Primeiro Bispo Diocesano, Dom Tomás Guilherme \Murphy, ordenando-se, ambos, no dia 29 de junho de l943, justamente no dia da festa comemorativa do Chefe da Igreja Católica Apóstólica Romana, São Pedro, o Apóstolo, a quem Jesus Cristo entregou as Chaves do Céu, profetizando-lhe que Ele, São Pedro, era uma pedra, sobre a qual o Senhor construiria a sua Igreja, e as portas do Inferno não prevaleceriam, jamais, sobre ela.
Ambos chegaram a Juazeiro no mês de junho de 1968, com apenas uma semana antes de completarem bodas de ´prata de sacerdócio.
Padre Fitz passou dois anos em Sento-Sé, juntamente com o Padre Bernardo, também Redentorista. Em 1970 foi transferido para a Paróquia de Santo Afonso, nas “Casas \populares”, depois de alguns anos foi confiado a ele todo o serviço da Pastoral do Interior da Cidade de Juazeiro, onde permaneceu enquanto sua saúde e suas forças permitiram-no.
Quem não se lembra do Padre Fitz sentado no pórtico da Catedral, o dia todo, ora rezando, ora cochilando, mas não arredava o pé do interior da Igreja. Até que em 2010, desapareceu miraculosamente. Voltou aos Estados Unido da América, sua pátria, para terminar tudo onde começou. Na sua confraria junto aos seus, na Casa de Idosos São Clemente, onde está enterrado o féretro do nosso querido 1º Bispo, Dom Tomás Guilherme e onde o nosso querido Padre Fitz lá também se encontra enterrado.
Nós, os coroinhas do seu tempo, tínhamos um temor reverencial muito grande por aquele homenzarrão. Ninguém gostava de ser reclamado por ele.
Abraçou à causa dos “sem voz e sem vez”, juntamente com Dom José Rodrigues de Souza, nosso 2º Bispo Diocesano, para sempre, em qualquer que fosse a época do ano, sempre usava a camisa onde trazia no peito a legenda: “O Grito dos Excluidos!” Legenda esta que a Pastoral da Terra da Diocese cunhou como sua bandeira de luta, em seu embate diário no seu êxodo diuturno durante a construção da Barragem de Sobradinho.
Cria, o Velho Padre Fitz, no Deus dos vivos e não no Deus dos mortos. Leu incansavelmente os Evangelhos, principalmente o de Lucas 20, “Quanto aos mortos ressuscitarem, Moisés já o mostrou no relato da sarça, no momento em que ele se refere ao Senhor como ‘Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó’. 38Portanto, Deus não é Deus de mortos, mas sim de vivos, pois para Ele todos vivem”. 39Então, alguns dos mestres da lei se manifestaram exclamando: “Mestre, falaste muito bem!” …
Assim, esperamos que nosso velho amigo esteja bem vivo na eternidade, agora para sempre, junto ao Deus dos vivos.
“Requiesce in pace” velho Amigo!
Dr. Carlos Augusto Cruz
Médico/Advogado
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