O sambista Almir Guineto, fundador do grupo Fundo de Quintal, faleceu nesta sexta-feira (05) aos 70 anos. Ele estava internado para tratamento de uma pneumonia no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o Hospital do Fundão, na Zona Norte do Rio, desde março. Segundo nota enviada pela família, o músico morreu após complicações cardíacas e insuficiência renal. Na tarde de ontem (4), ele teve uma parada cardíaca, foi reanimado e respirava com ajuda de aparelhos.
Em junho do ano passado, o sambista já havia informado por meio de um comunicado que estava tratando uma insuficiência renal crônica, motivo que o obrigou a se afastar dos palcos. Um dos maiores representantes do samba de raiz, o carioca Almir Guineto ajudou a fundar o grupo Fundo de Quintal no final da década de 1970, e deixou importantes sucessos como “Mordomia”, “Mel na boca”, “Caxambu”, “Saco cheio” e “Lama nas ruas”.
Sua contribuição para a história do samba é ainda maior por ter inserido no gênero o banjo com afinação de cavaquinho, instrumento quase inevitável hoje. “Agora tem mais de 400 mil banjos por aí”, ironizava sobre a popularização do instrumento na cena musical. Tijucano, viveu no Morro do Salgueiro até 1970. Ali aprendeu a gostar de samba, a tocar instrumentos, e passou a venerar o pavilhão da Acadêmicos do Salgueiro. Depois, passou a evitar o morro, que o trazia “lembranças ruins”, onde um de seus filhos foi assassinado.
Em 2012, quebrou o hiato de 11 anos longe dos estúdios com o CD “Cartão de Visita”. O último trabalho homenageava a cidade do Rio, com músicas inéditas que balançavam o público do eixo Rio-São Paulo ao lado dos clássicos “Caxambu”, “Mel na boca”, “Jiboia”, “Insensato destino” e “Lama nas ruas”. “É igual a andar de bicicleta. A gente não perde as técnicas”, contou ao GLOBO, em entrevista de dezembro de 2013. Almir deixa a mulher, Regina Caetano, 3 filhos (Almirzinho Serra, Walmir Serra e Hugo Serra) e 4 netos.
Fonte: G1
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