Em agosto de 2014, 400 funcionários remanescentes das empresas TEC, DOIS A, CGE, Construcel e IM, todas subcontratadas pela IMPSA Wind, realizaram a última manifestação tentando receber salários atrasados e as indenizações devidas pelo tempo trabalhado na construção do Parque Eólico Casa Nova I, de propriedade da CHESF e com previsão para a construção de 120 torres, a um custo estimado inicial de 850 milhões de reais (veja aqui).
Hoje, 07 de abril de 2017, quase três anos depois, o representante da CHESF, Luiz Carlos Santos, admitiu que “estamos realizando estudos para retomar as obras”, ou seja, não havia estudo, nem viabilidade em um projeto eivado de irregularidades desde o início. Sobre as linhas de transmissão, que irão servir para a distribuição da energia gerada pelos Parques Casa II e III, “as obras estão sendo retomadas, mas ainda faltam 17 quilômetros”. Sobre as irregularidades, “não tem conhecimento”.
Com 30 torres construídas, do total de 120; sem linhas de transmissão finalizadas, abandonado e sendo dilapidado diariamente, enferrujando, com equipamentos ainda armazenados em Recife e em outros portos, uma investigação policial em curso e centenas de reclamações trabalhistas, sem pagar o arrendamento das áreas ocupadas pelas torres, o Parque Eólico Casa Nova I é um monumento ao desperdício do dinheiro público.
A IMPSA Wind, a empresa argentina contratada pela CHESF, está em fase de “recuperação judicial”, as outras pequenas empreiteiras, as “gatas, sumiram. Ainda segundo Luiz Carlos Santos “hoje a CHESF não pode nem adentrar no canteiro de obras do Parque Casa Nova I”.
Em 2 de setembro de 2014 o superintendente de Projetos e Construção de Geração da CHESF, Ruy Barbosa Pinto Júnior, ofereceu um almoço aos jornalistas, no Quality Hotel, orla 2 de Petrolina, quando afirmou ser o Parque Eólico de Casa Nova “um projeto 100% CHESF”, com 3 parques com capacidade instalada de 180, 28 e 26 megawatts, respectivamente, totalizando 234 megawatts, garantindo que a primeira etapa seria inaugurada em janeiro de 2015. Além das promessas da CHESF, os sonhos de mais emprego, as promessas de energia mais barata e mais renda para os municípios, assim como 600 milhões de reais, também foram levados pelo vento.
Por Manoel Leão
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