Março mês da poesia: CASA 160

Som que entra sem bater

Impregna nas paredes

Amarrota os tecidos

Agrega a súbita sede.

 

Chão frio

Frio chão

Onde se viu,

tamanha contradição?

 

A pele minha, clara

De cabelo escuro

Dente amarelau

Como minha casa.

 

No começo, uma ponte

No meio, um ateliê

Quase no final, gatos

Cheguei no hospital.

 

De dia, movimenta

O sol é o centro

De noite, aquieta

Casa é convento.

 

A rua do santo que ajuda as mulheres a casarem

O bairro também

A cidade da Bahia

A Bahia do nordeste

Nordeste do sol.

 

Nohara Nicole

Fotos Geraldo José