O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello manteve a nomeação do ministro Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência da República. Mello é relator de dois mandados de segurança nos quais a Rede Sustentabilidade e o PSOL questionam a indicação. Na decisão, Mello entendeu que a nomeação de alguém para o cargo de ministro de Estado não pode ser encarada como um fato de obstrução da Justiça e destacou que a prerrogativa de foro privilegiado é uma consequência da nomeação.
“A nomeação de alguém para o cargo de ministro de Estado, desde que preenchidos os requisitos previstos no Artigo 87 da Constituição da República, não configura, por si só, hipótese de desvio de finalidade. Eis que a prerrogativa de foro – que traduz consequência natural e necessária decorrente da investidura no cargo de ministro de Estado não importa em obstrução e, muito menos, em paralisação dos atos de investigação criminal ou de persecução penal”, disse Mello.
Segundo Mello, o foro privilegiado não significa imunidade contra investigações. “A mera outorga da condição político-jurídica de ministro de Estado não estabelece qualquer círculo de imunidade em torno desse qualificado agente auxiliar do presidente da República, pois, mesmo investido em mencionado cargo, o ministro de Estado, ainda que dispondo da prerrogativa de foro, nas infrações penais comuns, perante o Supremo Tribunal Federal, não receberá qualquer espécie de tratamento preferencial ou seletivo, uma vez que a prerrogativa de foro não confere qualquer privilégio de ordem pessoal a quem dela seja titular.”
A decisão do ministro do STF, divulgada nesta terça-feira (14) , põe fim à guerra de liminares na Justiça Federal contra a ida de Moreira Franco para a secretaria com status de ministério. Na semana passada, houve três liminares que cassaram a indicação e outras três que liberaram a posse.
A validade da nomeação de Moreira Franco foi defendida pela Advocacia-Geral da União (AGU), que contesta o principal argumento dos autores das ações. Todos alegam que a situação de Moreira Franco se assemelha ao caso da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil pela então presidenta Dilma Rousseff, no ano passado. Na ocasião, o ministro do STF Gilmar Mendes suspendeu a nomeação de Lula por entender que a medida foi tomada para conceder foro privilegiado ao ex-presidente e evitar que ele fosse julgado pelo juiz federal Sérgio Moro nas ações da Lava Jato.
Para a AGU, as situações são distintas, porque Moreira Franco, diferentemente do ex-presidente, já exercia funções no atual governo, como secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), criado em setembro de 2016. Segundo a AGU, a transformação do cargo teve como função fortalecer o programa governamental. Moreira Franco é citado na Operação Lava Jato. Ontem (13), o presidente Michel Temer defendeu a permanência do ministro na Secretaria-Geral e disse que afastará eventuais integrantes do governo que virarem réus na investigação.
Temer vê com tranquilidade a decisão de manter Moreira Franco
O presidente Michel Temer disse que viu com "tranquilidade" a decisão de Celso de Mello de manter a nomeação do ministro Moreira Franco à frente da Secretaria-Geral da Presidência. O comentário foi repassado há pouco por meio do porta-voz da Presidência, Alexandre Parola. "O presidente recebeu com tranquilidade a decisão do ministro Celso de Mello que negou provimento à liminar que visava a impedir a nomeação de Moreira Franco", disse o porta-voz, durante briefing à imprensa sobre o qual tratou de outros dois assuntos.
Na decisão, divulgada nesta tarde, Celso de Mello entendeu que a nomeação de alguém para o cargo de ministro não pode ser encarado como obstrução da Justiça. A decisão de Mello ocorre após dois partidos questionarem na Suprema Corte a indicação de Temer, alegando que a nomeação teria sido tomada pelo presidente para conceder foro privilegiado a Moreira Franco. Antes de ser ministro, Moreira era secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos.
Com informações da Agência Brasil Foto Beto Barata/PR
7 comentários
14 de Feb / 2017 às 21h31
quando foi lula no caso de lula foi barrado varias veses e nao era reu nao? kd justica agora? ta vendo gente quando ser e do pt tudo e rapido e a justica barra na hora? e uma vergonha essa nomeacaode moreira franco . na epoca de lula o gilmar mendes disse que era um taque a constituacao nomea lula e celson de mello fez o quer ? n sou do pt . a justica tem que ser igual para todos, eu sendo lula entrava com uma acao contra o supremo?
14 de Feb / 2017 às 21h35
no caso de lula foi o quer ? as mesmas coisas e lula nao pode assumir como ministro e moreira franco pode hoje? qual juizo de valor de ambos casos e politicas sem duvidas? nao e justo uma coisa dessa nesse pais de temer?
14 de Feb / 2017 às 23h27
Que vergonha!! MT (PMDB),, Gatinho Angora, Caju, Mineirinho( PSDB), Boca de Jacare, Santo(Alquimi) sao os apelidos na lista da Odebrecht faltou Marcola e Fernandinho Beira Mar em Brasilia????Vejo tudo isso na internet no 247brasil e no Conversa Afiada. A internet eh boa.
15 de Feb / 2017 às 05h20
E isso coxinhas comemoram o golpe. Kkkkkkkkk. Os idiotas batendo panelas.. PMDB, PSDB e sem juntos.
15 de Feb / 2017 às 10h26
Os cachorros latem e a caravana passa.
15 de Feb / 2017 às 20h39
Se não podemos confiar nos poderes , só nos resta jogar a toalha e mergulharmos no fundo do poço . Ou , voltarmos pras ruas pra cobrar e exigir mais respeito , ética , seriedade e democracia .
15 de Feb / 2017 às 20h39
Se não podemos confiar nos poderes , só nos resta jogar a toalha e mergulharmos no fundo do poço . Ou , voltarmos pras ruas pra cobrar e exigir mais respeito , ética , seriedade e democracia .