Prefeitos e secretários de saúde de diversos municípios baianos, localizados nas regiões oeste, sudoeste e extremo sul, se reuniram nesta terça-feira (24), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, para discutir estratégias de prevenção e controle da febre amarela. A reunião foi convocada pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), com foco nas 67 cidades que já intensificaram a vacinação contra a doença por conta da proximidade com estados que registraram casos recentes de febre amarela.
O encontro foi coordenado pelo secretário estadual da saúde, Fabio Vilas-Boas, que destacou a importância do empenho coletivo para proteger a Bahia da doença. "Seguindo a orientação do Ministério da Saúde, o Governo do Estado está trabalhando com todos os municípios que já tinham recomendação histórica de vacinação. Por uma conclusão nossa, do risco aumentado que há devido ao fluxo migratório nessa época do ano, inclusive de mineiros, nós solicitamos autorização para que fosse feita uma extensão dessa vacinação para os municípios do extremo sul. É fundamental se criar um cinturão de proteção vacinal", afirma Vilas-Boas.
Em 2017, até 23 de janeiro, foram notificados sete casos suspeitos de febre amarela em três municípios da Bahia - dois em Teixeira de Freitas, quatro em Coribe e um em Itiúba. Das notificações, seis estão em investigação e uma foi descartada por exame laboratorial. Outros dois casos investigados são considerados 'importados', pois o local da provável infecção dos pacientes é Minas Gerais, como aconteceu com um paciente que trabalhava em Minas e foi a óbito na cidade baiana de Cândido Sales.
Cuidado com o aedes
Para o prefeito de Teixeira de Freitas, Timóteo Brito, a vacinação é a principal forma de evitar que a doença chegue ao estado. "Nós estamos na fronteira com dois estados onde a febre amarela já vem atacando e com casos de morte, como é o caso de Minas Gerais. Por isso, todo o cuidado é pouco. Nesse encontro, nós pedimos providências para fortalecer a vacinação em toda a região".
A forma urbana da febre amarela é transmitida pelo mosquito aedes aegypti, o mesmo transmissor de doenças como a dengue e a zika. A diretora de vigilância epidemiológica do Estado, Maria Aparecida Araújo, lembra que não há motivo para pânico e chama a atenção para os cuidados que cada pessoa deve tomar para que a Bahia continue livre da doença.
"Nós estamos em vigilância por conta da situação epidemiológica da doença em todo o país, mas as pessoas não precisam ficar preocupadas. Nós não estamos em situação de surto e não temos nenhum caso confirmado de febre amarela. O cuidado que devemos ter e que todos já conhecem é com o aedes aegypti, para não termos a forma urbana da doença", explica a diretora.
Áreas de atenção
Dos 67 municípios com vacinação reforçada, 45 estão localizados na área de risco permanente para transmissão da febre amarela silvestre. São eles: Angical, Baianópolis, Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brejolândia, Buritirama, Campo Alegre de Lourdes, Canápolis, Carinhanha, Casa Nova, Catolândia, Cocos, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Feira da Mata, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Itaguaçu da Bahia, Iuiú, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Malhada, Mansidão, Morpará, Muquém de São Francisco, Paratinga, Pilão Arcado, Remanso, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana, São Desidério, São Félix do Coribe, Sento Sé, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Sítio do Mato, Sobradinho, Tabocas do Brejo Velho, Wanderley e Xique-Xique.
Os demais 22 apresentam grande circulação de pessoas vindas do estado de Minas Gerais, seja em viagens turísticas ou de negócios. É o caso de Alcobaça, Belmonte, Caravelas, Eunápolis, Guaratinga, Ibirapuã, Itabela, Itagimirim, Itamaraju, Itanhém, Itapebi, Jucuruçu, Lajedão, Medeiros Neto, Mucuri, Nova Viçosa, Porto Seguro, Prado, Santa Cruz de Cabrália, Teixeira de Freitas, Vereda e Vitória da Conquista.
Secom Bahia Fotos: Mateus Pereira/GOV/BA
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