Não se espante nem julgue ser um paradoxo, uma incongruência, sim, acate o óbvio. A sociedade furta-cor, mascarada e futrica em que respiramos os imbróglios filosóficos, do mito de repartir o pão, na verdade, trata-se de um sonho onírico, sonâmbulo, utopia e poesia sem a essência métrica.
Muitas vezes o pão é dividido por conveniência, objeto de lucro futuro, pois não parte de um coração misericordioso, sem mácula; logo, de um egocentrista, avarento. Quando escapa uma oferta em destaque desses vermes sem espiritualidade e fé, em instituições religiosas, brota-se a vaidade humana na esperança de adquirir proclamação de elogios. A influência demoníaca está de modo célere no caminho da fraternidade entre os próximos, assistindo-se incessantemente aos fatos cruéis da falta de humanidade, religiosidade, matanças, chacinas no próprio seio materno.
A sociedade está alimentada de malevolências absolutas, estando as pessoas carrancudas, olhares de sinistros, brutos e expressão facial de monstro, dando-se a entender que o caráter transmissivo, segundo as leis da genética, ativismo, está contaminado com o engenho maligno, sêmen da desdita, diabo pelo corpo, precisando de exorcismo imediato.
As perversões aviltadas, desonrosas e atrozes, enfim, um caldeirão de nojo, evidencia-se, notadamente, espanto do Ser Supremo, que por certo, encontra-se ausente e de braços encruzados aguardando, talvez, a inquietação da consciência por culpa com o pedido de perdão, clemência, reconhecendo-se de que o mundo tem o seu dono, seu arquiteto!
O inimigo declarado da paz social brasileira é o próprio Estado, paralítico, refratário que foge do bom senso, sendo tosco em decisões que uçulam sedição à intranquilidade pública.
O morticínio, ou melhor, o abate humano, para a vergonha nacional ocorrido nos presídios em Manaus, pode-se constituir um efeito cascata. Os condenados se tornaram feras selvagens sem acreditar em leis, ordem, justiça, instituições, nem religião. Acreditam, sim, na força demoníaca: matar, sangue e ódio! Desespero, alucinações e ausência do poder público.
Os presídios são uma desídia, onde os reclusos tiram o PHD em latrocínio, vontade de decapitar o próximo, revoltados assim com os presídios pocilgas, lixos, ratos, lamas, esgotos, verdadeiros chiqueiros, um autêntico retrato do sistema prisional do Brasil, em que os metidos a “porreta,” almofadinhas de gabinete, cheios de dedos, retórica socrática e sebites dizem que o chiqueiro-prisão ressocializa, devolvendo o preso à sociedade como um cidadão recuperado.
Muitos caga-regras estão perdidos, sem solução concreta imediata. “O país vai explodir” – palavras da Ministra Carmen Lúcia, Presidente do STF. Com todas as vênias, diante da “cabra-cega” que aí está, sugiro que os “sábios estratégicos” experimentassem assentamento dos presos perigosos para o interior da selva amazônica, cumprindo a pena mantendo-se vigilância e trabalhando a terra na expectativa de um futuro com dignidade, tendo a presença do Estado no que tange a ressocialização, com a devida assistência socioeducativa, com vistas ao objeto material da Sociologia que é o homem no sentido grupal.
Essa experiência já fora feita no estado da Bahia há décadas, transferindo os presos perigosos da penitenciária do Engenho da Conceição, embarcados nos respectivos navios Cachoeira e Paraguaçu para os portos das cidades de Caravelas e Prado.
Vigiados na mata atlântica, jamais havendo fugas e matanças, todavia, tinham a esperança de um futuro garantido, passando a constituir famílias, transformando-se em cidadãos corretos, fazendeiros de cacau, comerciantes, longe dos chiqueiros prisionais, esgotos, ratos, lixos e demais desgraças sociais.
Esse trabalho grandioso fora feito pelo então brilhante Capitão PM\BA João Fernandes Vieira, oficial que antes combatera com muito ardor o cangaço do famoso Lampião, pelo sertão da Bahia. Destemido, corajoso e responsável pela condução, manutenção e recuperação dos presos na zona do cacau, tendo eu a honra de conhecê-lo de perto, bem como os ressocializados, quando do início da minha vida no sul da Bahia.
Acontece, porém, que os recalcitrantes que resistirem em não querer mudar de comportamento, latrocidas, criminosos genéricos, possuidos de satanás, que matam as pessoas inocentes, crianças, idosos, decapitando e mutilando, ainda caçoam das autoridades de um modo geral tomando celulares e tênis, etc, esses travestidos infelizmente de gente, devem encontrar a presença do Estado, recebendo uma “lição” rígida e severa, porque o povo não é mosquito ou passarinho, presos às garras sanguinolentas desses espíritos da maldição.
Ter amigo! Nesta nossa esteira social tupiniquim em que vegetamos plena de pecados, por exemplo, constitui-se um fenômeno digno de uma escorreita observação sistemática, rigorosa e prova cientifica, pois, os golpes traiçoeiros e desdenhosos estão aos borbotões e a certeza de ter um amigo irmão é uma dádiva.
O melhor amigo é o próprio inimigo! É para se ficar estupefato, entorpecido com a frase retro. Justifica-se, entretanto, a aludida locução, entendida por esdrúxula, esquisita, baseando-se por escopo que do inimigo já declarado nenhuma atitude coerente e pacífica se espera dele; logo, ele é mantido vigiado e longe do rol de sua confraria, amizade. Esse indivíduo não merece a menor confiança; então, você está livre de surpresas desagradáveis eivadas de falsidades e sanhas malditas.
Infelizmente, convivemos com certos “amigos” – inimigos gratuitos – nesta sociedade salpicada de “botes” mortíferos, sem amor, sem alma e sem coração! Quinquilharias de baixa grandeza muitas vezes é o valor de compra de um caráter apodrecido, sendo esta prática por demais conhecida neste solo pátrio de Cabral.
É um escárnio, escombro, entulho social, pérfido, aquele que nega a sua própria fé jurada, dizendo ser amigo do próximo, quando na verdade, é um inimigo traidor que transforma o seu suposto caráter em lamaçal, estrume.
Realmente, amigo existe! Todavia, não confunda certas amizades como amigos fiéis. Fazer amigos é uma arte, sabedoria sagrada; é uma virtude, tendo o cuidado para não cair no cadafalso da decepção!
Geraldo Dias de Andrade é Cel. PM\RR – Escritor – Bel. Em Direito – Membro da ABI\Seccional Norte – Cronista – Membro da Academia Juazeirense de Letras.
2 comentários
17 de Jan / 2017 às 17h06
Embora eu não tenha gostado do título do Artigo, bem que o coronel Geraldo poderia ter colocado este título: "O melhor amigo, é o amigo da onça". Apenas uma sugestão, o autor não sou eu, estou longe de escrever um texto deste. O autor é o brilhante coronel Geraldo, com uma crônica muito bem fundamentada, pode até ser um paradoxo, mas para mim, parece mais uma ironia, com o sistema carcerário brasileiro, cada um entenda de sua maneira. Isso é uma vergonha nacional, uma total falta de segurança nos presídios do Governo.
17 de Jan / 2017 às 17h18
O que o Sr acha do vice Mxeu Temi Trair sua companheira de chapa Dilma? UMa mulher honesta sem crime e que so fazia o bem para o povo merece a violencia feita por Temi?? Nao respeitar 54 milhoes de voto eh certo?Fascista e hipocrita o mundo ta cheio?? Veja o blog 247brasil para se educar??