A chamada "doença da urina preta", que infecta cerca de 50 pessoas na Bahia, chama ainda mais a atenção dos brasileiros após o registro de uma possível segunda vítima. Conforme confirmado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) nesta semana. A primeira vítima seria um morador do município de Vera Cruz. O segundo homem morava em Salvador.
A Vigilância Epidemiológica da Bahia, no entanto, ainda investiga os óbitos. A informação da Sesab é que 52 casos da doença foram notificados. Em princípio, achava-se que uma espécie de peixe consumido na região era o responsável pela enfermidade, que provoca dores intensas nos músculos, deixa a urina escura e afeta os rins. Pesquisadores também pesquisam com outras hipóteses. O Brasil ao Minuto reuniu informações sobre o mal, tratado como "mialgia [dor] aguda a esclarecer".
Sintomas
Os pacientes queixam-se, principalmente, de dores fortes nos músculos, dificuldade de urinar e urina escura, de cor preta. O infectologista Antônio Bandeira acompanhou alguns do casos e informou ao G1 que o problema muscular acaba afetando os rins, devido ao excesso de "mioglibina no sangue".
Tratamento
Cientistas ainda estudam a doença, portanto, os médicos têm adotado tratamento dos sintomas, mantendo os pacientes hidratados e medicados para dores com analgésicos.
Cura
Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) revelam que os sintomas da "doença da urina preta" são semelhantes aos de casos de enterovírus ou parechovírus, registrados na França (2008 e 2010), Dinamarca (2014) e no Japão (2008 e 2014).O enterovírus é a causa de doenças como, por exemplo, a meningite viral em crianças.
"Já identificamos a família do vírus, e agora estamos trabalhando para sequenciar o material genético. Esse vírus não é fatal, mas pode levar à insuficiência renal. Por isso, é muito importante procurar o médico em caso de sintomas. A pessoa não deve, por exemplo, tomar antiinflamatório de jeito nenhum", declarou Gúbio Soares, do Laboratório de Virologia da UFBA.
Amostras de peixes consumidas pelos pacientes foram enviadas para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para estudo. Além disso, as fezes de nove pacientes serão analisada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro. Não há um prazo para a entrega do resultado.
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