Solucionar questões de saúde pública através do cruzamento de dados já é possível. Inaugurado na manhã desta quarta-feira (7) no Parque Tecnológico da Bahia, o Centro para Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs) permite travar relações entre doenças e contextos sociais de diferentes partes do país. Dados de instituições de pesquisa como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Universidade Federal da Bahia (Ufba), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre outras, são armazenados e relacionados em uma mesma plataforma de bigdata.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Manoel Mendonça, explica. “Atualmente é coletada uma demanda extensa de dados e é possível fazer ciência com esses dados. O centro conta com o banco de dados do SUS e de outras fontes de informação. O objetivo do centro é contribuir para a transformação de dados em conhecimento aplicável“, afirma.
De acordo com o coordenador do Cidacs e pesquisador da Fiocruz, Maurício Barreto, a relação entre idade, gênero, localização, condições econômicas e prontuários médicos pode ser esclarecedora para o resultado das pesquisas. “A médio e longo prazo, o centro será importante para a produção de conhecimentos úteis, que vão poder ser utilizados em políticas públicas e orientando formas que a população poderá ter acesso a determinados serviços com mais praticidade, segurança e conforto“, explica Barreto.
Sob coordenação da Fiocruz, o Cidacs é o primeiro centro do país a reunir e a processar tamanho volume de dados. Ele é conectado ao Omolu - um supercomputador da Fundação montado no Senai Cimatec, que funciona com uma capacidade de 1 terabyte de memória RAM e 96 processadores de 12 núcleos.
O novo centro conta com importantes parcerias e apoios adquiridos, como a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), o Ministério da Saúde e a Fundação Bill & Melinda Gates, que contribuíram com boa parte do investimento. Já foram captados R$ 20 milhões para os projetos de pesquisa dos próximos cinco anos. Segundo o reitor da Ufba, João Carlos Salles, a integração de informações científicas deve reformular a maneira de realizar pesquisas.
“Relações antes pouco percebidas podem se mostrar muito relevantes. Dados que estavam sendo tratados separadamente podem ser conjugados e campos distintos podem ser relacionados. Os resultados serão muito mais completos”, afirma Salles.
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