O Ministério da Saúde informou, em outubro, que as Unidades Básicas de Saúde têm até o dia 10 de dezembro para adotar o prontuário médico eletrônico. A plataforma digital permite que todos os serviços de saúde do município possam acompanhar o histórico, dados e resultado de exames dos pacientes, além de verificar a disponibilidade de medicamentos.
Nos Estados Unidos, país onde os prontuários começaram a surgir nos anos 60, o Governo Federal local criou uma lei de incentivo aos prontuários eletrônicos entre 2009 e 2010, e os resultados têm sido efetivos. De acordo com a consultoria HealthIT, em 2014 cerca de 83% dos médicos usaram algum tipo de prontuário médico eletrônico no país. No Brasil, especialistas acreditam que o prazo estipulado pelo governo brasileiro está além do possível.
Atualmente, mais de 75% das unidades básicas de saúde do Brasil ainda registram o histórico do paciente em papel, e a questão vai além dos sistemas eletrônicos. Para Lasse Koivisto, CEO da Prontmed, empresa que há 20 anos atua no mercado com prontuários médicos eletrônicos e big data na saúde, os desafios na implementação são muitos. "No primeiro momento, as UBS deverão ter computadores e internet à disposição. Por mais que isso pareça simples, em pequenos municípios pode ser um grande problema", explica.
Além das questões de infraestrutura, o treinamento dos usuários dos prontuários é outro ponto delicado da medida. "O sucesso de implementação dos sistemas eletrônicos nas UBS, por exemplo, depende muito do treinamento e domínio que usuários têm da ferramenta, pois a utilização incorreta poderá acarretar em erros e na inutilização de dados", explica Koivisto. Segundo o especialista, informações inseridas corretamente em sistemas parametrizados, ou seja, que tratem os dados de maneira inteligente, podem criar bases de informações úteis para pesquisas e análises da saúde no país; além de diminuir retrabalho e otimizar o atendimento.
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