Fruto de um trabalho de pesquisa, realizado através de uma licença sabática pelo Departamento de Ciências Humanas (DCH), campus III-Juazeiro, a professora e pesquisadora Odomaria Rosa Bandeira é a idealizadora do grande espetáculo Essa é pra tocar no rádio, que dá ênfase nas produções fonográficas do período de 1950 a 1980, uma vez que o rádio teve e tem o poder de contribuir para a formação de sujeitos e possibilita a pensar pedagogicamente em uma formação estética e cultural.
Durante o processo de pesquisa, que durou seis meses, mais de 130 canções foram levantadas através de análises e questionários, Odomaria revela que “foi um momento de estudos sobre as canções brasileiras que me fez ampliar bastante o conhecimento a respeito da história da música popular brasileira. Um trabalho de pesquisa realmente em discografia e bibliografia”, ressalta a pesquisadora.
Uma noite de encantos, de poesia, encontros e a volta ao passado por meio das canções que fizeram sucesso nas rádios foi um dos objetivos do espetáculo, que reuniu um público variado entre jovens e adultos. O reitor da Universidade, José Bites de Carvalho, em visita a instituição, ressalta que “este processo de socialização da pesquisa para a academia é um exemplo claro de que as ideias estão se ampliando em termos de novos produtos, passando pela cultura e pela área das artes onde se tem uma grande diversidade, além disso, Odomaria tem no seu processo de formação uma habilidade nata, a música”.
Estudar a memória através da música, para Odomaria Bandeira, é também relembrar os saudosos anos de sua juventude e contribuir para a compreensão da musicalidade de uma identidade cultural brasileira e local, “uma vez que Juazeiro é uma cidade que se edificou com essa áurea de uma cidade artística voltada pra cultura”, ressalta a pesquisadora.
Com quase uma hora de espetáculo, sob direção de Thom Galiano, e com participações especiais do artista plástico e interprete Antônio Carlos Coelho (Coelhão), a interprete Andrezza Santos e a dança de Cíntia Melo, “Odomaria consegue somar a vocação musical, conseguindo estabelecer uma relação entre dois conhecimentos em uma linguagem rica, expressiva e cheia de elementos que só encanta”, afirma a diretora do DCH III, Márcia Guena.
Por Leticia Figueiredo Fotos: Professor Juracy Marques e Danilo de Sousa Santos
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