Cunhado confessa que matou sobrinha-neta de Sarney

O empresário Lucas Porto, de 37 anos, confessou que matou a sobrinha-neta de Sarney, a publicitária Mariana Costa, 33 anos. Porto era cunhado da vítima. A motivação seria uma atração que ele tinha por Mariana. As informações foram divulgadas pelo secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, em São Luís (MA). “Ele disse que tinha uma atração muito forte pela Mariana. Disse que foi ao quarto e a encontrou sem roupa. Lá, resolveu consumar seu desejo sexual”, disse o secretário. A polícia suspeita que, depois da violência sexual, a mulher foi morta asfixiada com um travesseiro. O caso ocorreu na noite de domingo (14), no apartamento da vítima.

Logo no início das investigações, o empresário negou ser o autor do crime. Nesta quarta, acabou confessando em depoimento prestado na Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP), onde estava acompanhado por três advogados. O empresário está preso desde segunda-feira (14), quando a Justiça determinou a prisão preventiva (sem prazo para terminar). Ele divide cela com outros presos no Centro de Triagem, em Pedrinhas. “Houve violência de natureza sexual. Esta foi à manifestação dele. Negou no primeiro momento a autoria do crime, mas declinou agora. Contudo, não muda nada na ação da polícia. Tudo que estava previsto para ser feito vai ser feito. Ele disse que tinha paixão incontida pela cunhada. Mas seguimos com as investigações”, afirmou o secretário.

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Dor e comoção marcaram o enterro de Maria Costa Araújo, morta por asfixia.

O objetivo da polícia agora é confirmar se o depoimento de Lucas Porto tem procedência. Vizinhos e familiares também estão sendo ouvidos pelos investigadores. "Este caso é difícil, pois envolve a subjetividade dele e o respeito em memória à vítima e à dor da família. Não estamos entrando em detalhes do depoimento dele, que foi madrugada adentro”, afirmou o secretário.

As gravações do circuito interno do condomínio onde Mariana vivia mostraram que Lucas Porto esteve no local por duas vezes no dia do crime. Por volta das 14h30, aparece o carro de Lucas, que estava voltando de um almoço com a sogra, Mariana e as crianças. Após deixar Mariana e as crianças, Lucas e a sogra dele saíram do condomínio. Depois, às 15h14, Lucas reaparece no elevador. O suspeito mexe no seu aparelho celular tranquilamente e aperta o botão do nono andar, onde residia a vítima.

Mais tarde, às 15h54, Lucas é visto saindo pelos fundos e usando as escadas de emergência do condomínio, que ficam ao lado do elevador de serviço. Pelas imagens, é possível ver que o suspeito está aparentemente nervoso. Segundo um de seus advogados, na segunda, Lucas havia dito que voltou ao condomínio para conversar com a família. “Ele alega que teria retornado para conversar assunto de família com a cunhada, como já fez inúmeras vezes.” Naquele dia, a defesa afirmou que não tinha tido acesso às imagens e que era preciso considerar todas as linhas de investigação.

Entenda o caso

Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto foi encontrada morta na noite de domingo, em seu apartamento, no nono andar de um condomínio, na Avenida São Luís Rei de França, no Turu, em São Luís. Ela é filha do ex-deputado estadual Sarney Neto e sobrinha-neta do ex-presidente da República e senador José Sarney. Mariana era casada e tinha duas filhas, ainda crianças.

Após ter sido encontrada no quarto, Mariana chegou a ser socorrida e levada para um hospital particular, na noite desse domingo, mas não resistiu e teve morte confirmada na casa de saúde. O corpo foi liberado por volta das 4h de segunda-feira. Ainda na segunda, o corpo foi velado em uma igreja evangélica no bairro Olho D’água e enterrado no cemitério Parque da Saudade, em São Luís. Sob forte comoção, parentes e amigos de Mariana fizeram várias orações e canções antes do sepultamento.

Principal suspeito do caso, Lucas Leite Ribeiro Porto, casado com a irmã de Mariana, foi preso logo depois do crime. A polícia afirmou que Lucas tentou destruir provas que o ligassem à cena do crime, como apagando os registros de ligações do celular e se desfazendo as roupas. O suspeito ainda apresentava lesões no pulso, tórax e no rosto – sinais de que a vítima lutou contra o agressor.

G1