Dermatologista da UPAE/IMIP de Petrolina ressalta: “Preconceito com relação à psoríase vem da desinformação”

O preconceito em torno da psoríase (doença de pele) ainda é comum, pois como a pele é o órgão mais exposto do corpo humano, qualquer doença ou mancha costuma chamar muita atenção e, algumas vezes, até assustar os pacientes e pessoas do seu convívio. “Entretanto, parte desse preconceito vem da desinformação”, é o que garante o dermatologista da Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE/IMIP), Dr. Elson Marques.

Para começar a desmistificar o assunto, o especialista explica que a doença não é contagiosa: “A psoríase é uma doença de pele bastante comum, sendo caracterizada pelas lesões avermelhadas e descamativas, cujas placas se formam com maior frequência no couro cabeludo, cotovelos e joelhos, mas pés, mãos, unhas e a região genital também podem ser afetados. A extensão da psoríase varia de pequenas lesões localizadas até o comprometimento de toda a pele. Ela é crônica, autoimune e pode ser recorrente. O mais importante é destacar que ela não é contagiosa, por isso as pessoas não precisam ter medo de ‘pegar’ a doença”.

Estudo recente coordenado pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo mostra que a psoríase pode levar o paciente a manifestar sintomas de depressão e fobia social. “É importante que se faça esse alerta porque a psoríase pode excluir socialmente os pacientes”, acrescenta o dermatologista. Em outubro se discute mais fortemente a questão porque celebra-se o Dia Nacional e Mundial da Psoríase (29). “Mas, o debate e o cuidado devem ser feitos continuamente”, defende Dr. Elson.

Até hoje não se sabe a real causa da psoríase, mas há estudos que apontam que cerca de 30% dos casos tem fatores genéticos envolvidos, além do estresse emocional, com algumas infecções e traumas. Pode ocorrer em pessoas de todas as idades, mas geralmente aparece entre os 15 e 30 anos. Embora persistente e crônica, ela tem tratamento. “Tratar a psoríase é fundamental para uma boa gestão da doença e da saúde em geral. É possível, com um trabalho conjunto entre médico e doente, encontrar um tratamento que reduza ou elimine os sintomas”, informa.

De acordo com o dermatologista, os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas, em geral, se o paciente apresentar lesões avermelhadas (cobertas ou não por uma camada brancoprateada descamativa); pele seca, com facilidade para sangramentos; unhas espessas e esfareladas, amareladas, descoladas e com furinhos na superfície; inchaço, rigidez e dor nas articulações; placas e descamações no couro cabeludo, cotovelos e joelhos; deve procurar assistência médica. “Inicialmente, esse paciente deve buscar o posto de saúde para uma avaliação. Caso seja necessário, ele deverá ser encaminhado pela atenção básica para uma unidade de saúde que tenha o serviço de dermatologia, como é o caso da UPAE/IMIP de Petrolina. Quanto mais cedo o diagnóstico for fechado, melhor para o paciente”, conclui.

Ascom/UPAE-PE