Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista e autor de uma série de iniciativas que condenam o uso indiscriminado de agrotóxicos na Bahia, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) voltou a defender a taxação das grandes fortunas e de agrotóxicos no Brasil, hoje isentos de tributação pelo governo brasileiro. De acordo com Galo, que também é autor da Lei que Institui a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, é preciso inverter a lógica de sempre penalizar os mais pobres, os trabalhadores e os setores médios da sociedade, como ocorre agora com a Proposta de Emenda Constitucional nº 241, do governo Michel Temer (PMDB).
"Os agrotóxicos, que causam impactos significativos no meio ambiente e na saúde humana, gerando, portanto, custos elevados para o Sistema Único de Saúde, são livres de tributação. Quanto o Brasil não perde com a redução de 60% do ICMS, com a isenção total do PIS e COFINS e do IPI incidentes sobre os agrotóxicos?", indaga. "Hoje custa mais caro licenciar um medicamento do que um agrotóxico, que causa, comprovadamente, danos à saúde humana. É um paradoxo", pontua Galo, que critica também a extinção da cobrança, no governo FHC, de 15% sobre lucro e dividendos recebidos por donos e acionistas de empresas. "Apenas com a retomada dessa medida, o Brasil arrecadaria R$ 43 bilhões por ano", ressalta o parlamentar, para quem a taxação de grandes fortunas é uma necessidade para se garantir justiça tributária no Brasil.
"A Constituição brasileira prevê a criação do imposto sobre grandes fortunas, mas ele nunca foi instituído. Por que Temer não apresenta essa proposta ao Congresso, já que conta com ampla maioria?", questiona ironicamente. "A tributação sobre heranças, que em países como Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos chega a até 50%, poderia ser aplicada no Brasil, mas por que os golpistas e falsos nacionalistas, que gostam tanto de seguir a cartilha do FMI, não defendem esta ideia? Por que Temer não taxa os agrotóxicos e as grandes fortunas?", enfatiza Marcelino Galo, antes de pontuar. "O ultraliberalismo, como se ver, tem compromisso umbilical com o capital, com o capital internacional, e não com os brasileiros".
Ascom Dep. Marcelino Galo Foto / Daniel Ferreira
5 comentários
13 de Oct / 2016 às 16h54
Quero Entender Porque o PT não instituiu a taxação sobre agrotóxicos e grandes fortunas, teve essa oportunidade, pois governou por longos 13 anos e tinha a grande maioria no congresso. Agora que é oposição vai empunhar essa bandeira? Meus deus quanto cinismo e hipocrisia. Precisa, o PT, fazer uma auto crítica, admitir os erros, lamber as feridas provocada pelo auto flagelo político sob pena de perder o bonde da história.
13 de Oct / 2016 às 17h35
Porque o PT em doze anos de governo não fez isso????? O PT enganou todo mundo nos seus discursos hipócritas. Enganou até os sem Terra que até hoje nunca fez a tal de reforma agrária. Me poupem viu vcs que acabaram com a economia do nosso país. Vamos ver se pelo menos o vice de vocês consegue salvar alguma coisa .
13 de Oct / 2016 às 21h48
Perdeu a chance de ficar calado. E esse deputado ainda está solto?
13 de Oct / 2016 às 23h10
Se o PT (que se diz de esquerda) em mais de 13 anos de governo não o fez, imagina um PMDB da vida.
14 de Oct / 2016 às 11h30
Como ia taxar os grandes se Lula em uma das suas entrevista se gloriava dos bancos terem ganhado muito dinheiro no governo dele. Na verdade essa dor de cotovelo vai durar para sempre, pois eles agora estão no lugar certo, ou seja. no contra tudo, que por sinal essa era sua marca, antes de virarem os maiores corruptos da história