Na busca por uma possível reabilitação e retorno à vida livre um indivíduo macho de onça-parda (Puma concolor) que estava sob cuidados no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) com sede no Campus de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em Petrolina, interior de Pernambuco, seguiu viagem no dia 18 de setembro para Centro Brasileiro para Conservação de Felinos Neotropicais da Associação Mata Ciliar em Jundiaí, São Paulo.
A onça que, provavelmente, teve sua mãe morta por caçadores na região, chegou ao Cemafauna em julho de 2011 ainda muito pequeno, contando cerca de 50 dias junto ao seu irmão que infelizmente não resistiu e veio a óbito. O IBAMA foi contatado por terceiros sobre a existência dos filhotes, fez o termo de depósito e os destinou ao Centro. De acordo com a médica veterinária Adriana Alves o animal assim que chegou ao Cemafauna passou por exames clínicos, procedimentos de vermifugação e análise de escore corporal. Atualmente pesa cerca de 80 quilos. "Ele recebeu complementação alimentar durante todos esses cinco anos em que esteve no recinto para felinos do Cemafauna e seu estado de saúde é avaliado como ótimo", disse.
A onça foi enviada via transporte terrestre de Petrolina até Salvador-BA com escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), além de uma equipe de médicos veterinários do Cemafauna. Da capital baiana ela seguiu via transporte aéreo pela LATAM Airlines até Guarulhos-SP e seguiu, mais uma vez, escoltada pela equipe da PRF. Já em Jundiaí onde encontra-se a Associação Mata Ciliar, ficou sob monitoramento da médica veterinária Gabriela Felix que confirmou o bem-estar do animal nas novas instalações.
O intuito de enviar o indivíduo para o Centro para Conservação dos Felinos Neotropicais (Centro de Felinos) é que por se tratar de uma instituição de referência internacional na reabilitação de animais silvestres, em especial das oito espécies de felinos que ocorrem no país, proporcionará a convivência com outros animais da mesma espécie ajudando-o a tornar-se selvagem de fato, possibilitando uma 'antipatia' pelo humano. A Associação Mata Ciliar reforça que, como o animal viveu esses cinco anos em cativeiro, seu futuro na natureza até o momento é incerto, e demandará muito trabalho, recursos e tempo. Há a necessidade de constatar se o seu habitat de origem ainda teria a capacidade de comportá-lo, tendo em vista as alterações de áreas conservadas de caatinga e o intenso tráfico de animais silvestres ocorrente na região.
Para esta operação o Cemafauna contou com a importante parceria realizada com as seguintes instituições: LATAM Airlines Brasil, IBAMA Recife, Polícia Rodoviária Federal e Associação Mata Ciliar.
Ascom/Cemafauna
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