Opara, Rio dos Currais, Rio da Integração Nacional, Velho Chico. Esses são alguns dos nomes que homenageiam o Rio São Francisco que hoje completa 515 anos do seu descobrimento. Ao longo dos seus 2.863 km de extensão, o Rio São Francisco tem muita coisa boa para contar e isso através das suas lendas e poesias.
Quem vive na beira do São Francisco já ouviu falar no Nego D’água. Conta a lenda que o Nego D’ Água habita a profundeza dos rios e com suas gargalhadas assusta os pescadores e lavadeiras que não o agradam com peixes, fumo de mascar e pinga. O Nego D’água costuma virar a canoa dos pescadores que pescam durante a Piracema ou que pescam de forma prejudicial ao meio ambiente.
Entre as cidades de Juazeiro e Petrolina está situada a Ilha do Fogo que também é cenário de uma das lendas do São Francisco. Conta-se que, há muito tempo atrás, uma menina que morava na cidade de Juazeiro era possuidora de uma grande beleza. Certo dia, nas margens do Velho Chico, ela permaneceu por muitas e muitas horas olhando seu reflexo nas águas que estavam cristalinas e acabou esquecendo das horas e da sua casa. Quando chegou às 18 horas, no badalar do sino, ela se transformou em uma gigante e terrível serpente que passou a habitar a Ilha do Fogo. Essa história deu vida a lenda da Serpente da Ilha do Fogo.
A lenda do sono diz que o Velho Chico, que trabalha o dia inteiro para atender as necessidades das pessoas, adormece a meia noite. Esse é o momento em que as almas dos afogados se dirigem para as estrelas, a mãe d’água sai das águas e enxuga seus cabelos, os peixes param no fundo do rio e até as cobras perdem o seu veneno. Essa calmaria pode parecer o momento ideal para se pescar e navegar, mas a lenda conta que o despertar do rio pode custar caro.
O Minhocão é destaque entre as lendas do Velho Chico, ele seria uma serpente gigantesca, fluvial e subterrânea, que viveria no rio. Reza a lenda que o Minhocão seria capaz de se locomover por debaixo da terra, chegando até as cidades, sendo capaz de desmoronar casas e servindo de explicação para fenômenos de desnivelamento.
Além dessas histórias, o Rio já foi escolhido para compor poesias, músicas e recentemente foi cenário da novela Global Velho Chico. Uma das canções mais conhecidas nacionalmente e que traz toda uma leveza de quem habita as margens do Rio é a música Boato Ribeirinho que tem a poesia do Juazeirense Wilson Duarte, em parceria musical de Nilton Freitas e Wilson Freitas.
Sobre a sensação de cantar o Rio São Francisco, Wilson Duarte expressou ao Blog Geraldo José: "O Velho Chico é uma fonte inesgotável de inspiração e beleza: Não deixe morrer, não deixe o rio morrer, senão que será de mim, que só tenho esse rio pra viver...Se possível fosse, choraria horas a fio, pra nascente dos meus olhos, desaguar em você, meu rio...Viva o rio! ..de janeiro, fevereiro março, abril...".
Além do Boato Ribeirinho outras canções se tornaram clássicas quanto a forma de homenagear o Rio São Francisco. Entre elas estão: "Riacho do Navio", de Luiz Gonzaga; "Petrolina Juazeiro", do Trio Nordestino; e "Sobradinho" de Sá & Guarabyra.
Da redação
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