A greve dos bancários completa hoje 21 dias. Nesta segunda (26), as lideranças do movimento se reúnem em São Paulo e avaliam os próximos passos da mobilização.
A Agência Sindical falou na sexta (23) com Lourenço do Prado, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec), filiada à UGT. Ele destacou que, apesar das pressões do patronato para sufocar a greve, a paralisação segue forte e ânimo da categoria permanece em alta.
"É claro que não conseguimos manter 100% das agências fechadas, mas estamos conseguindo paralisar atividades, inclusive administrativas, o que é bem interessante para o movimento", ressalta Lourenço.
Com a forte adesão na área administrativa, o edifício sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília, permaneceu fechado na quinta (22) e os dois mil funcionários engrossaram a mobilização da categoria no Dia Nacional de Mobilização, convocado pelas Centrais Sindicais. Em São Paulo, maior centro financeiro do País, os trabalhadores também cruzaram os braços nos centros administrativos dos três principais bancos privados.
A pauta de reivindicações foi entregue aos bancos dia 9 de agosto, mas a federação patronal (Fenaban) não apresentou proposta que atendesse aos anseios da categoria do ponto de vista financeiro, além de se negar a discutir programas que reduzam a alta rotatividade no setor. Até agora, foram oito rodadas de negociação sem sucesso.
Mesmo após recordes diários de agências e locais de trabalho paralisados, os bancos seguem em silêncio. "Nós sabemos que diálogo de surdos não avança negociação. Estaremos reunidos hoje e esperamos que a Fenaban chame nova rodada para seguirmos adiante", diz o presidente da Contec.
Após reunião na tarde de sexta (23), o Comando Nacional dos Bancários - que representa as entidades vinculadas à CUT - enviou ofício à Fenaban para cobrar a retomada das negociações.
"Construímos a maior greve em número de locais parados, mas os banqueiros continuam intransigentes em relação a repor as nossas perdas. Pior que isso, voltaram a usar sua parceria judicial em ações de Interdito Proibitório", denuncia Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A categoria pede reposição da inflação de 9,62% mais aumento real de 5%, enquanto os banqueiros oferecem reajuste de 7% mais abono de R$ 3.300.
Mais informações: www.contec.org.br e www.contrafcut.org.br
ascom
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