Estudantes da disciplina de ecologia do curso de agronomia da Universidade do Estado da Bahia - Uneb, no Campus Juazeiro, visitaram o Centro de Formação Dom José Rodrigues, na tarde da última quarta-feira (21). Durante a visita os/as estudantes puderam conhecer o trabalho desenvolvido pelo Irpaa na consolidação da proposta de Convivência com o Semiárido, a região semiárida e as peculiaridades do Bioma Caatinga.
A ideia da visita foi uma proposta da professora Lívia Jesus, que pontua a necessidade dos/das estudantes perceberem a relação da ecologia com o curso de agronomia, entre outros fatores.
A atividade foi acompanhada pelo colaborador do Irpaa José Moacir, que fez uma contextualização da quebra do paradigma do Combate à Seca, pontuando o papel e esforço das organizações sociais, a exemplo do Irpaa, nessa desconstrução e na construção da Convivência com o Semiárido. Moacir ainda destacou que essa proposta inclusive hoje é pautada pelo governo estadual da Bahia e federal.
Outro destaque apresentado por Moacir foi a importância dessa aproximação com a universidade, considerando que o currículo acadêmico muitas vezes não dialoga com a realidade na qual os/as estudantes estão inseridos/as. Para a estudante Ana Maria de Oliveira dos Santos, os conteúdos estudados em sala de aula não conseguem fazer essa ligação. "As nossas disciplinas não são voltadas pra a Convivência com o Semiárido e nem a prática, a gente vê coisa que tá fora da nossa realidade", pontua Ana, que ainda complementa abordando que não há uma ponte entre a universidade e a comunidade, principalmente nos projetos de extensão.
Uma forma que a estudante do curso de medicina veterinária da Univasf, Miquésia Silva, que também participou da visita, encontrou pra suprir a carência do debate de Convivência com semiárido presente na universidade foi buscar estágio na área. Ela diz que o que a motivou foi "a sede por vê esse outro lado, essa forma de viver, de administrar o Semiárido, no meu caso administrar a produção de animais, eu gostaria de conhecer o potencial que nossa região tem e não apenas a implementação de novas tecnologias", afirma a estudante.
De acordo com a professora Lívia Jesus, a visita possibilitou os/as estudantes a olharem de forma positiva para o Semiárido e para a importância da agricultura familiar para economia da nossa região e para o mercado de trabalho desses futuros/as profissionais. "Às vezes um estudante desse de agronomia entra na faculdade com aquela visão de agrônomo de só produzir melhoramento, monocultura, no entanto o caminho não é só esse, tem muitas outras opções", enfatizou a professora.
Além de todo esse debate, o grupo pode realizar a trilha de Convivência com o Semiárido, onde conheceram tecnologias sociais de captação e armazenamento de água da chuva, plantas e animais adaptados ao clima e outras condições da região.
Comunicação IRPAA
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