A ideia de utilizar a energia solar da região para contribuir com a geração de energia hidrelétrica no país levou um professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) a criar um projeto de sistema de flutuadores de baixo custo de placas solares. O objetivo é utilizar barcos catamarãs, equipados com placas solares para obter mais geração de energia no reservatório do Lago de Sobradinho (BA), independentemente do nível da água. O primeiro teste foi realizado no último dia 22 de agosto, em Juazeiro (BA), e apresentou resultados positivos.
O projeto é desenvolvido pelo professor do Colegiado de Engenharia Elétrica Helinando Pequeno de Oliveira, coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (Leimo) da Univasf. A equipe conta com o apoio de José Jacinto Freire Albuquerque Junior e José Fotius, mestrandos em Ciência dos Materiais, e Jéferson Guimarães, estudante de Iniciação Científica.
O primeiro teste foi realizado nas águas do rio São Francisco, com um ensaio de estabilidade do sistema de flutuadores de células solares. De acordo com o professor Oliveira, foram obtidos resultados positivos. “O teste foi realizado com um barco catamarã, produzido pela Universidade, com uma célula solar comercial e observamos que o sistema apresentou ótima estabilidade”, afirma.
Na próxima etapa, o experimento deverá ser realizado na barragem de Sobradinho. “Nós iremos finalizar o circuito de transmissão, que irá captar os dados da célula solar e transmitir automaticamente para o celular”, explica. Como o sistema suporta duas células solares, a equipe pretende produzir o sistema em larga escala com o apoio da iniciativa privada.
O sistema completo, conforme Oliveira, deverá ter a dimensão de 30 campos de futebol. O sistema poderá gerar energia elétrica complementar ao sistema hidrelétrico, que depende inteiramente do nível de água dos reservatórios. Segundo o professor, o índice de geração de energia das placas solares poderá, inclusive, superar a energia gerada pelo sistema hidrelétrico.
“Como temos muita luz do sol todos os dias, com um bom nível de água, poderemos gerar duas vezes mais energia com baixo custo, através do sistema solar com a energia fotovoltaica. Com o baixo nível da água, poderemos suprir a necessidade, sem que haja consequência no aumento da conta de energia”, diz Oliveira.
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