51 papagaios-da-caatinga e 12 maracanãs voltaram ao seu habitat natural na terça-feira, 23, graças ao Projeto Papagaio da Caatinga, coordenado pelo biólogo Yuri Valença da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), desenvolvido desde junho de 2010 em parceria com instituições como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Ministério da Integração Nacional através do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
As aves foram resgatadas e durante cerca de oito meses estiveram no corredor de voo do Cemafauna em processo de reabilitação, um viveiro onde começam a viver em grupo, formar casais, parar de responder a estímulos humanos como fala e aproximação, além de resgatar o medo pelos seus predadores e o treino da musculatura para o voo, visto que a maioria era advinda de apreensões realizadas por órgãos ambientais e eram mantidas em cativeiro.
Depois foi a vez de irem para o recinto de ambientação em Salgueiro por cerca de 30 dias para que se adaptassem ao local de caatinga onde ocorre a soltura definitiva. O biólogo explica que cada um desses animais foi anilhado e microchipado garantindo assim o acompanhamento deles por um longo período de tempo e ressaltou a continuação do trabalho com a fiscalização de áreas onde o tráfico de animais silvestres ocorre frequentemente. "Nós acompanhamos cada grupo de animais já solto desde o início do projeto por cerca de um ano, para saber se estão conseguindo encontrar alimento e água, se estão se reproduzindo, enfim, se estão se adaptando a região. O monitoramento é realizado continuamente", afirmou Yuri.
O diretor de Recursos Florestais da CPRH, Walber Santana também acompanhou a ação e ressaltou a importância da manutenção de parcerias com instituições ambientais como o Cemafauna Caatinga. Até o momento o Projeto Papagaio da Caatinga já devolveu à natureza 208 indivíduos da espécie em áreas de caatinga preservada nos municípios de Salgueiro e Exu, ambos em Pernambuco.
A médica veterinária do Cemafauna, Adriana Alves, acompanha esses animais desde o momento em que são levados à clínica médica para os procedimentos de análise quanto ao seu status corporal e motor, além do relato do histórico e exames clínicos. Ela destaca que o objetivo principal desse projeto é "possibilitar aos papagaios que são criados em cativeiros por muitos anos e que acabam adquirindo hábitos humanizados, como repetir a fala, possam retornar ao seu habitat silvestre e ainda manter o equilíbrio na natureza já que são tanto dispersores quanto destruidores de sementes."
Ascom/Cemafauna
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