Apesar de não concordar com esse proselitismo é prerrogativa de nossa democracia que segmentos da sociedade brasileira possam criar partidos políticos no Brasil. Primeiro é que nem todos os segmentos da sociedade se sentem representados pelas correntes políticas e agremiações partidárias existentes, que são herméticas e na realidade são verdadeiros feudos que tem donos. Segundo porque a própria legislação eleitoral no Brasil que se constitui numa verdadeira aberração permite tal coisa.
Mas a preocupação é que estamos fragmentando demais a estrutura eleitoral no país, e cada dia surgem grupos criando partidos políticos como se fossem associações de moradores, criadas a partir de interesses e conflitos existentes na própria estrutura arcaica do movimento comunitário no Brasil.
Uma reforma política precisa urgentemente ser pensada para que todos possam ter espaços nos partidos políticos considerados sérios, e não enveredem na febre atual de se criar novos partidos. Sem entrar na questão do mérito, já estão surgindo mais dois partidos políticos no Brasil, com a finalidade de representar correntes da sociedade brasileira que dizem não ter espaço nenhum na atual estrutura partidária anacrônica e das aves de rapina.
O primeiro deles ainda precisa explicar melhor para a sociedade, pois nasce da divisão de um grupo considerado radical, com viés marxista, mas que nunca foi aprovado nas urnas, que é evidentemente uma das finalidades dos partidos políticos, segundo a Lei dos Partidos (Lei 9.096/95). Na realidade este novo partido surge de um grupo de pessoas descontentes com a linha política do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), e que resolveram promover o famoso "racha" dos partidos de extrema-esquerda no país, e será denominado segundo seus porta-vozes de MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente Socialista). Ou é partido político, ou é grupo de estudos de conjuntura?
A outra mais nova agremiação teve sua pedra fundamental lançada também por esses dias, denominada de Partido Frente Favela Brasil. Esse é ainda mais complicado de entender, pois nasce com o incentivo de lideranças comunitárias com bases na organização não-governamental Central Única das Favelas (CUF). Mas não deu ainda muito para compreender o discurso de um dos seus postulantes, o fundador da CUF, Celso Athayde, de que "os parlamentares desse partido devolverão 50% de seu salário para a fundação do partido, que devolve para a sociedade a partir de edital anual". Ou é partido político ou então é Terceiro setor? não se pode confundir essas estrutura jurídicas!
Pois é! Como a democracia permite o direito e a liberdade de se criar partidos políticos a partir das regras de nossa legislação vigente, e da aberração institucional existente, isso é um direito de todos! Porém isso significa mais fragmentação e mais confusão num país em que o povo não sabe o que significa de fato programa partidário e nem mesmo partido político.
Por Genaldo de Melo
2 comentários
03 de Aug / 2016 às 16h30
cader o mestre otoniel gondim?venha, se apronchegue ao blog, amigão.
03 de Aug / 2016 às 16h45
Concordo com suas palavras, meu caro Genaldo de Melo. Os Diretórios Regionais de Partidos Políticos no Brasil, são verdadeiras Ditaduras Partidárias, dirigidos por meros Ditadores, é o caso do PMDB na Bahia, que não respeita Convenção Municipal realizada, como foi o caso da nossa em Pilão Arcado, passou por cima, e nomeou uma Comissão Provisória. Isso tem que mudar com a prometida Reforma Política, inclusive, criando cláusula de barreiras para coibir a proliferação de Partidos de Aluguéis.