Viúva, mãe de cinco filhos e avó de dez netos, dona Leormina Rodrigues Silva, de 62 anos, representa uma das classes de trabalhadores responsáveis pelo crescimento econômico do país – os agricultores – e reafirma seu papel como mulher na luta pelas novas relações de poder, mostrando a capacidade, força e luta de trabalhadores e trabalhadoras do campo.
Neste dia 28 de julho é celebrado o dia de pessoas como Leormira, que faz da terra o seu cultivo. O Dia Nacional do Agricultor foi criado em razão de ter sido nesse dia, em 1960, a fundação do Ministério da Agricultura, no mandato de Juscelino Kubitschek.
Natural de Cabrobó, interior de Pernambuco, a agricultora chegou à região de Maniçoba, localizado no município de Juazeiro, no norte da Bahia, no final de outubro de 1982, aos 28 anos de idade. Filha de pais agricultores, o campo era sinônimo de produção. Casou-se e trabalhava lado a lado com o seu esposo. “Nunca fiquei em casa para o meu marido trabalhar, sempre estive junto com ele” diz, com orgulho.
Após o falecimento do seu esposo, dona Leormina teve de cuidar de toda a produção sozinha. “Eu não queria vender o meu lote e deixar isso para trás! No começo, foi muito difícil, era cabeça embaixo do sol e enxada na mão. Eu tinha que levar o sustento para os meus filhos”. pontua.
Com os projetos realizados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), a região prosperou, pois eles visam ao desenvolvimento socioeconômico para toda região e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida para o produtor. “A Codevasf me ajudou muito, só tenho a agradecer. Os projetos de irrigação facilitaram a vida de muitos agricultores. Hoje me sinto realizada, tenho minhas plantações de manga e de côco e posso dar uma condição melhor para os meus filhos e netos. Sou feliz com o que sou e pelo que faço” explica dona Leormina.
Hoje as marcas da idade da agricultora são linhas que contam sua história, de sorriso largo, força e dedicação, filha deste solo que tanto admira. “Aqui é minha vida, eu amo esta terra, e posso dividir isso com quem mais amo: a minha família”. Ressalta.
Os frutos do trabalho dos agricultores garantem o desenvolvimento do Vale do São Francisco, gerando emprego e renda para a maioria da população ribeirinha.
Como reconhecimento da importância desses trabalhadores para a economia da região, o superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, Misael Neto, encaminhou, aos distritos administrativos dos perímetros irrigados de Mandacaru, Maniçoba, Curaçá, Tourão, Pedra Branca, Rodelas, Glória e a Associação dos Usuários do Perímetro Irrigado do Salitre (ASUPIS), correspondência parabenizando a todos.
O gerente executivo do Distrito de Irrigação de Maniçoba, Valter Matias de Alencar, que, no seu dia a dia, tem contato com os produtores, afirma que “é importante que os produtores tenham fé em seu trabalho e condições de realizar essa atividade tão importante para eles e para todas as comunidades”.
HISTÓRIA - No Brasil, uma das primeiras práticas estabelecidas após o início da colonização portuguesa – além do extrativismo vegetal do Pau-Brasil – foi a instalação das chamadas plantations, as monoculturas agrícolas.
Inicialmente, o principal produto foi a cana-de-açúcar, mas, com o tempo, outros ciclos agrícolas sucederam-se, com destaque para o café ao longo do século XIX e a soja no século XX.
Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de café, cana-de-açúcar e laranja, bem como, o segundo maior produtor de soja (atrás apenas dos Estados Unidos), conforme dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Ascom Codevasf Foto Divulgação
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