138 anos não são 138 dias...
Quando nasci naquela majestosa Maternidade (atualmente abandonada e sem finalidade), que era o berço de todos daqui e, inclusive, do lado de lá, eu chorei pela sensação não apenas da brusca mudança do clima quentinho do seio materno para o lado frio da vida... Devo ter chorado também de felicidade, quando abri meus olhos pequeninos, e vi minhas duas mães ao meu lado, cujo nome de uma delas é Juazeiro, Juazeiro da Bahia... Oh, que feliz cidade!
Para mim foi uma luta sobreviver, assim como para tantas crianças daquela época, que partiram para o céu tão precocemente, vítimas da falta de saneamento básico e água tratada, e outras deficiências daquele tempo que não faz nem tanto tempo assim... Houve melhorias? Sim. As deficiências acabaram? Não. Cresceram e aumentaram, e o tamanho da falta de compromisso, mais ainda...
Mas, nem por isso eu desisti de dizer a mim mesmo quando cresci que aqui é o meu lugar... É aqui o meu lugar de contemplar a vida e ver passar um Rio que se brincar só falta isso para eles acabarem, e não duvidem porque, infelizmente, isso pode estar perto de acontecer...
É aqui o meu lugar de trabalhar. Ah não, porque para isso eu passo entre 9 a 10 horas longe daqui... Mas, isso não importa porque quando chega a hora de voltar eu venho ávido, ligeiro e radiante para minha cidade da qual não abro mão, porque isso é um caso de paixão, e outros filhos daqui sabem do que estou falando e entendem minha linguagem...
Pois é Juazeiro, já disse aqui outras vezes, o tamanho da nossa admiração pela sua capacidade de lidar com o topo, ser chamada de Princesa, ser um dos maiores centros comerciais ao longo desse Rio, sem falar que era para cá onde passavam em busca de um simples remédio até um pedaço de tecido...
Agora tudo mudou de lado. Quando é feriado aqui todos se encontram é do lado de lá. É essa a realidade que não foi só o tempo o culpado, mas, alguns que não tiveram a sabedoria de pensar grande, e o pior, corriam e iam entregar de bandeja e gratuitamente do lado de lá, o que estava chegando para o lado de cá... Sou eu dizendo? Não. É a história contada e cantada em versos, prosas e provas... Uma tremenda trairagem com você Juazeiro, como se diz na gíria popular...!!!
Passou o tempo e atualmente só se ouve dizer que aqui nada existia e nada acontecia... Tem uma tal de “30 anos” que é a expressão mais bem decorada que já vi alguém aprender, ao mesmo tempo esquecendo que, se aqui apeou é porque tínhamos sombra, terra e água boa, e foi aqui onde encontrou condições para viver, crescer, e chegar aonde chegou; e agora, achando pouco ainda quer impor, mandar e desmandar, e não sei onde, infelizmente, está o orgulho e a autoestima de um Povo que nunca foi cativo de ninguém...
E quando às vezes tenho usado duras críticas, é como um grito de alerta de que somos e podemos ser maiores e melhores, disso não tenho dúvidas!
Ao opinar recentemente sobre a possibilidade de uma Mulher ser a Executiva Municipal é porque entendo ter chegado a hora das Mulheres abraçarem essa causa, que terá outra face se lá tivermos uma figura feminina, atuante, conhecedora dessa terra, militante junto aos mais necessitados, operosa, generosa, guerreira, tal mãe como você é Juazeiro, decente, exigente com aquilo que é certo e correto, destemida e acima de tudo amiga do seu Povo...
Eu sei que essa Mulher existe e tomara que eles a encontrem...
Palavra final: Feliz Aniversário, Juazeiro! Eu amo você...
Acord@dinho – Apaixonado por Juazeiro e leitor assíduo do blog.
Acord@dinho – Apaixonado por Juazeiro e leitor assíduo do blog.
3 comentários
11 de Jul / 2016 às 16h42
Bonito poema,Acordadinho. Pena, que para nossos gestores,Essa realidade está longínqua. Apenas os interesses de uma minoria prevalece.
11 de Jul / 2016 às 17h17
Muito boa a sua crônica, Acord@dinho, em que você expressa sentimentos de amor e paixão verdadeira por sua terra, a simpática cidade de Juazeiro, uma jovem de 138 anos...! Com sutileza e perspicácia você associa a exaltação com reivindicação, além de voltar a cutucar as mulheres juazeirenses para que alguém se levante nesse belo segmento para assumir responsabilidades na sucessão municipal, quem sabe, até uma Vice para começar, hein...?
11 de Jul / 2016 às 19h21
Diz o ditado popular: Baiano não nasce, estreia. Parabéns ACORDADINHO pelo seu nascimento em Juazeiro da Bahia. Seria bom que você tivesse nascido em Pilão Arcado, com certeza seria conterrâneo do escritor Wilson Lins, que não se encontra mais entre nós, não deixa de ser conterrâneo, porque ambos são baianos, o bom escritor é sempre imortal. Parabéns Juazeiro da Bahia, pelo seu aniversário.