Dor e chiado no peito, tosse, falta de ar e catarro espesso podem ser sintomas de asma. Nesse mês, os cuidados devem ser redobrados já que agentes externos como poeira, fumaça de fogueira, frio e o clima seco podem desencadear as crises.
A asma é uma doença pulmonar inflamatória crônica, que pode ser classificada como leve, moderada ou grave. “É um descompasso que o pulmão tem em relação a agentes internos e externos. Esse descompasso faz com que o pulmão reaja de forma exagerada aos estímulos, levando aos sintomas típicos da crise. A asma tende a piorar com as alterações de temperatura [altas ou baixas], mas através de medicação as crises podem ser controladas. A ausência de um tratamento adequado pode levar o paciente a óbito, por isso, diante de uma falta de ar grave deve-se procurar atendimento médico imediato”, esclarece o pneumologista da Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE/IMIP), Dr. André Brandão.
O diagnóstico pode ser feito de forma clínica, mas – segundo recomendações da Iniciativa Global contra a Asma (GINA) – deve ser complementado através de exames específicos. “Temos condições de fazer o diagnóstico baseado no histórico médico, observando o indicativo da hereditariedade e a resposta a outros tratamentos, como aquele paciente que só melhora do cansaço com o uso de corticoide. Mas, o ideal é que seja feita, pelo menos, uma espirometria. Na UPAE, por exemplo, temos total condição de fechar essa análise, seja com uma espirometria, ou através de um teste de broncoprovocação com exercício, ou ainda medindo o pico do fluxo respiratório dos pacientes, dispositivo chamado de peak flow; bem como podemos fazer o teste de sangue para identificar os marcadores alérgicos”, ressalta o especialista.
De acordo com Dr. Brandão, os avanços na medicina permitiram o desenvolvimento de medicamentos que controlam a asma com doses cada vez menores de corticoide. “Antes o paciente teria que fazer três administrações diárias, por exemplo. Hoje, existem fórmulas de dose única composta por apenas algumas microgramas de corticoide que controlam a asma por 24 horas”, destaca. Além do tratamento medicamentoso, o paciente pode se beneficiar com a fisioterapia respiratória. “Aqui na UPAE realizamos o encaminhamento e na própria unidade o paciente faz as sessões. Além disso, se o paciente tiver dúvidas sobre o uso da medicação inalatória, através da interconsulta, nós o encaminhamos ao farmacêutico que irá orientá-lo”, assegura o pneumologista.
Como prevenção às crises, a orientação do especialista é de que as pessoas que sofrem com problemas respiratórios devem evitar ficar próximas à fumaça das fogueiras, que são tradicionais nos festejos juninos. No dia a dia, a população deve buscar manter a casa ventilada e livre de poeira. Para o período noturno vale a dica da toalha molhada ou balde de água para umidificar o quarto. “Nas ruas onde não houver calçamento, deve-se molhar a frente da casa duas vezes ao dia para evitar que a poeira levante. Quem não puder comprar um umidificador pode tranquilamente usar esses outros métodos caseiros nessa época de clima seco. São medidas simples que fazem a diferença”, conclui Dr. Brandão.
Para ter acesso a essa e outras 16 especialidades médicas oferecidas na UPAE, a população deve ser encaminhada pela atenção básica (posto de saúde), que enviará a solicitação à Secretaria Municipal de Saúde. A UPAE disponibiliza as vagas até o dia 19 de cada mês e a Central Regional de Regulação distribui as cotas. O serviço ambulatorial da unidade funciona de segunda a sexta, das 7 às 19hs.
Ascom/UPA-PE
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