Os dias de turbulência política, vividos nos últimos tempos, como já constatado em diversos países que primam pela democracia, revelam o quanto o êxito econômico é capaz de manter ou fazer ruir governos. No Brasil, ’Mensalão’ e ‘Petrolão’ são como duas faces da mesma moeda, são o resultado de uma insana prática reiterada de corrupção, como forma de manter o poder no Estado Democrático de Direito.
Se por um lado a democracia se mostra em pleno funcionamento, com a obediência das regras estabelecidas no jogo democrático, por outro lado é pesaroso constatar que sofre crise de funcionamento por produzir governos sem capacidade.
As pessoas mudam, mas as práticas políticas não têm acompanhado essas mudanças. O pluripartidarismo, que se opõe ao duo partidarismo tão criticado pelos americanos no Norte, sofre no nosso país um esquartejamento moral, com grave crise de representatividade e consequente desvio da finalidade buscada na lei.
No centro de todos os questionamentos, dúvidas e incertezas do momento, ouvir a população é essencial. Como cidadão, sei o que me incomoda, trabalhar, produzir, recolher imposto, não ter segurança, saúde, infraestrutura, tudo isso, com uma constatação interessante, as últimas pesquisas apresentam que o problema mais grave para grande parte da população é a corrupção, seguido pela recorrente preocupação com a saúde.
A corrupção e a incapacidade de gestão, distúrbios do engenho democrático, fazem aprofundar a maior das crises que não é política nem econômica, é a crise de confiança, às vésperas de mais um prélio eleitoral, onde as pessoas irão escolher os seus prefeitos e vereadores. Aí é comum ouvir reiteradamente expressões como “não vou votar em ninguém”, ou novamente a receita da busca pelo “salvador da pátria”, escolhido entre atores ainda não colocados na cena política, como se a omissão ou a ruptura com atores fosse de alguma forma assegurar a eficiência e probidade almejadas pela população.
O nó da questão é como voltar a se conectar com a população, reconquistar a sua confiança, e nesse aspecto não é só mais uma questão de estratégia de marketing, forma bastante utilizada pelos governos atuais em democracias, para convencimento e ratificação dos projetos de poder. Falta algo mais, gestos mais concretos, os políticos precisarão ser mais claros quanto a medidas de transparência, por exemplo.
As pessoas estão menos preocupadas com o jogo de futebol e começam a discutir as regras da previdência social... E como uma coisa chama a outra, que tal começar apresentando as contas públicas, sem qualquer reserva, abrindo todos os contratos, desde as obras de maior porte até os comprimidos dos postos de saúde ou a merenda que chega às escolas?
Basta! Cansamos de ouvir dizer que contratos com empresas de lixo geram dividendos aos políticos, que já teve guerra de grupos pela divisão de dinheiro. Basta! Chega de ouvir dizer que parte da merenda escolar é desviada, que o transporte escolar abastece o bolso de muita gente ou que há governos que cobram para licenciar empreendimentos imobiliários. Basta! Cansamos todos da forma de gestão complacente com a desordem, que inviabiliza a qualidade de vida do cidadão, vilipendiando as normas de ordem pública estabelecidas em favor da coletividade.
Basta!
As sinalizações precisam ser dadas pelos políticos e acompanhadas pelos cidadãos. Novos mecanismos de organização da sociedade precisam ser colocados em prática, fazendo com que as pessoas participem de forma verdadeiramente democrática, colaborem com os conselhos, fiscalizando, sugerindo, enfim se conectando com a vida política e com os políticos.
Com o incentivo real a uma participação popular no mais alto nível de gestão, colocando a população em contato com temas importantes, faríamos surgir novas lideranças. O eixo da crise de confiança é a ausência de lideranças capazes, com conhecimento de gestão, dispostas a conduzir com zelo e transparência, o bem público.
Outro dia debati em um grupo de WathsApp, com um jovem descrente de tudo e todos, rendido ao mantra que ‘todos são ladrões’, ‘depois daquele, aquele outro é a mesma coisa e todos só querem ser beneficiar da política’, e fiz uma ponderação, quanto a confiança. Disse-lhe que na minha profissão o problema da confiança resolvemos com um contrato, na política resolvemos com eleição.
Precisamos ajustar os novos gestores à responsabilidade de gestão. Não se trata da confiança pessoal, do fio de bigode, se trata objetivamente de exigir mecanismos que afastem cada vez mais as possibilidades de corrupção. A confiança será resgatada com participação da população. Há um tempo novo a ser construído, não de falsos salvadores, nem de discursos ultrapassados, retóricos e ensaboados, mas de prática objetiva, e transparência escancarada jamais vista ou pensada, com a participação de todos.
Juntos ao tempo novo, todos.
Por Márcio Jandir, advogado, especialista em Direito Público, Vice-presidente do Democratas, Juazeiro.
18 comentários
23 de May / 2016 às 23h20
ESPERAVA, AMIGO, GERALDO, QUE APARECESSE UM TEXTO DE OTONIEL GONDIM( ELE ESTÁ FAZENDO FALTA...) E ME VEM ESSE! QUE O BLOG ME POUPE...
23 de May / 2016 às 23h41
O sr tem o meu apoio e de toda a minha família, precisamos urgentemente de um filho dessa terra pra governar a nossa tão sofrida Juazeiro.
23 de May / 2016 às 23h45
SOU DE BONFIM, AMO JUAZEIRO, E ESTRANHO O SUMIÇO DO PROFESSOR OTONIEL GONDIM NO BLOG. LOGO, NÓS DE BONFIM, ONDE ELE TEM UM GRANDE FÃ CLUBE! VOLTA, MESTRE GONDIM...SE O BLOG DEIXAR. EM BONFIM...ADORAMOS LER E ACESSAR ESSE GRANDE BLOG. ABRAÇOS. SE ME LER, OTONIEL E TODOS DO BLOG.
23 de May / 2016 às 23h47
SOU DE BONFIM, AMO JUAZEIRO, E ESTRANHO O SUMIÇO DO PROFESSOR OTONIEL GONDIM NO BLOG. LOGO, NÓS DE BONFIM, ONDE ELE TEM UM GRANDE FÃ CLUBE! VOLTA, MESTRE GONDIM...SE O BLOG DEIXAR. EM BONFIM...ADORAMOS LER E ACESSAR ESSE GRANDE BLOG. ABRAÇOS. SE ME LER, OTONIEL E TODOS DO BLOG.
24 de May / 2016 às 00h07
Tempo novo e vida longa meu grande amigo. Tô com tú e não abro Como sempre. PT e corja nunca mais. Um grande abraço. Cleberlito
24 de May / 2016 às 00h27
FERNANDO VELOSO, O HERÓI NDE MAURIÇOLA E OTONIEL GONDIM...FOI-SE PRO GOVERNO GOVERNISTA POR GRANA...BELEZA FALSOS POETAS E INTELECTUAIS.
24 de May / 2016 às 00h43
Isso mesmo, Márcio. Não precisamos de forasteiros. Precisamos de juazeirenses com compromisso com sua terra.
24 de May / 2016 às 00h50
Isso mesmo. Precisamos de mecanismos que fomentem a participação popular.
24 de May / 2016 às 00h52
Texto lúcido. A cara da nova forma de administrar. Precisamos de vc na nossa prefeitura!!
24 de May / 2016 às 00h54
Uma gestão eficiente e moderna são dessas novas ideias e atitudes que merecemos
24 de May / 2016 às 00h55
Avante, Juazeiro. Márcio prefeito
24 de May / 2016 às 05h53
Confiança vinda logo de vc, que quer acabar o que já foi feito. Ainda com esses aliados. Ainda por cima se ganhar vai querer dar secretária saúde para Telma.
24 de May / 2016 às 08h14
Nossa dá até medo de ter uma pessoa assim a frente da Prefeitura, não esqueçam ele foi a favor do Impeachment, atentou contra a democracia, para as pessoas que ainda tinha dúvida se era golpe ou não, Jucá nos deu a resposta. Ele não é contra a corrupção, hoje ele tem esse discurso por ser conveniente mais se você olhar quem está envolta dele sabe o quanto já usurparo a nossa cidade.
24 de May / 2016 às 08h31
Só ver essa foto já dá medo.
24 de May / 2016 às 09h04
Começou a usar o estoque de óleo de peroba. Juazeiro precisa de pessoas comprometidas com o bem de todos e não com o seu próprio bolso e muito menos de palavras bonitas escritas em artigos políticos tendenciosos. Vocês politicos precisam é de vergonha na cara.
24 de May / 2016 às 10h33
Obrigado Márcio pelas sábias palavras! Estou contigo rumo a prefeitura de juazeiro
24 de May / 2016 às 10h34
Bem articulado, e o mais preparado para assumir a prefeitura.tmj
24 de May / 2016 às 10h35
Marcio acompanho seu trabalho nas redes sociais e nao vejo no meio desses nomes todos ai um nome melhor do q o seu para assumir a prefeitura! Tmj